E as duas linhas férreas paralelas
Por Reginaldo Palazzo – Sempre pensei em uma metáfora para tentar explicar esse engessamento pelo qual compulsoriamente arrastaram e ainda ‘idiotiologicamente’ ainda arrastam o Brasil.
Aqueles altos e baixos da nossa economia como se fossem as calçadas de Tarauacá.
Cheguei à conclusão que isso é “a cara” de um maria-fumaça, aquele trem que cuspia fumaça negra pela sua chaminé no século XIX dentro da estação inicial.
Pesado pra ser colocado no trilho, se arrastava fazendo com que demorasse a pegar velocidade e quando pegava bastava não ter in$umo pra ele desacelerar até parar e ter que começar tudo novamente.
É um eterno ciclo.
Ciclo causado por esse pêndulo ideológico que nos condenou ao terceiro mundismo no éon, a pobreza encarnada, proposital.
E o povo, principalmente os mais vulneráveis, à imagem do fogueiro, aquele homem no trem encarregado de alimentar a caldeira da locomotiva para mover o trem, trabalha muito, vive no fogo, se alimenta mal e a única coisa que lhe resta é a fuligem da sujeira que o levou até ali.
De passageiro vão-se as nossas riquezas.
E o bonde da história vai ultrapassando o trem.
Ói, ói o trem, vem surgindo de trás das montanhas azuis, olha o trem
Quem vai chorar?
Quem vai sorrir?
Quem vai ficar?
Quem vai partir?
Piuííí.
Salve-se quem puder.
Raul Seixas foi esperto, já partiu.
Tem gente que deve rir muito de nós.
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