30 de mai. de 2011

DESGASTADA COM AÇÃO DE LULA, DILMA CHAMA BASE E PÕE À PROVA PODER POLÍTICO

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28 de maio de 2011. Incomodada com a repercussão do socorro que recebeu do antecessor, presidente decide comandar reuniões a partir desta semana, reunir Conselho Político e lançar plano de erradicação da miséria.
Vera Rosa, de O Estado de S. Paulo
Sem conseguir resolver o apagão na articulação política do Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff comandará uma série de reuniões, a partir desta semana, na tentativa de provar que o governo não está paralisado pela crise envolvendo o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. Dilma não gostou da repercussão do "socorro" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e quer mostrar que não é teleguiada.

Apesar de acatar os conselhos de Lula, que assumiu as rédeas políticas do governo após o desastrado telefonema no qual Palocci ameaçou o vice-presidente, Michel Temer, com a demissão de ministros do PMDB, Dilma avalia que a entrada do antecessor em cena foi usada pela oposição para desqualificá-la. Ficou contrariada com comentários sobre a anemia de sua equipe e está disposta a sair da defensiva.

Na terça-feira, após voltar de uma viagem ao Uruguai, Dilma terá conversa reservada com Temer, antes de dirigir uma reunião com governadores e prefeitos de capitais que serão sede da Copa de 2014. Na manhã deste sábado, 28, pela primeira vez desde o início da ruidosa crise, ela telefonou para o vice e procurou superar o mal-estar dos últimos dias.

"Nós dois, juntos, vamos pacificar o PMDB", disse Dilma. "É hora de virar essa página e seguir em frente." Na quarta, a presidente almoçará com senadores peemedebistas, em mais uma tentativa de evitar nova rebelião de sua base no Congresso. No mesmo dia está previsto um encontro com o Conselho Político, que abriga presidentes de partidos aliados e só se reuniu uma única vez até agora. O lançamento do programa Brasil sem Miséria, vendido como vitrine social, foi marcado para quinta-feira.

Para conter as dissidências no PMDB, Dilma receberá muito mais senadores do partido, nos próximos dias, do que aqueles que recebeu em cinco meses de governo. No Palácio do Jaburu, Temer promoverá reunião preparatória com eles amanhã, para tratar das fraturas na coalizão. Será uma espécie de divã.

O auge da crise com o PMDB ocorreu quando Palocci – alvejado por denúncias de enriquecimento vertiginoso quando era deputado federal – passou a mão no telefone e ligou para Temer, a mando de Dilma, na madrugada de segunda-feira.

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