Funeral de ativista pró-russo morto em operaçã |
O presidente francês, François Hollande, advertiu nesta terça-feira que, se não for realizada a eleição presidencial prevista para 25 de maio na Ucrânia, o país afundará no caos, com um "risco de guerra civil".
Para afastar este perigo, quase 30 chanceleres, entre eles o russo Serguei Lavrov e o ucraniano Andrei Deshchitsa, estavam nesta terça-feira em Viena por ocasião de uma reunião do Conselho da Europa.
O chefe da diplomacia britânica, William Hague, afirmou que "a grande maioria de países" reunidos em Viena acreditam que a eleição presidencial ucraniana deve ter condições de acontecer no dia 25 de maio.
"A Rússia parece querer impedir e perturbar estas eleições. É um erro", acrescentou Hague, que à noite viajará a Kiev para se reunir com os líderes interinos.
Em Slaviansk, epicentro da batalha entre separatistas pró-russos e as forças oficiais ucranianas, nesta terça-feira foram ouvidas várias rajadas de tiros, e os rebeldes pareciam reforçar suas defesas, constataram jornalistas da AFP.
Os repórteres também viram que estão começando a faltar alimentos e bens de primeira necessidade.
Na segunda-feira ocorreram combates com armas pesadas na periferia desta cidade de 100.000 habitantes controlada pelos ativistas pró-Moscou. Quatro militares ucranianos morreram e outros 20 ficaram feridos. O exército também perdeu seu terceiro helicóptero desde o início da ofensiva em Slaviansk.
Do lado pró-Rússia, "mais de 30 terroristas morreram e outras dezenas ficaram feridos", segundo o ministro ucraniano do Interior, Arsen Avakov.
"Havia muitos da Crimeia e da Rússia", inclusive chechenos, acrescentou Avakov, dando a entender que os problemas no leste e no sul da Urânia são orquestrados pela Rússia, que desmente estas acusações.
A ofensiva em curso em Slaviansk é parte de uma campanha mais ampla com a qual Kiev quer recuperar o pleno controle do leste do país, onde existem mais de 10 cidades em mãos de pró-russos.
AFP / DIETER NAGL
Chanceler russo, Sergeui Lavrov,
fala durante conferência
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Em outra cidade desta região, Donetsk, todos os voos ficaram temporariamente suspensos na manhã desta terça-feira, sem que até o momento os motivos tenham sido esclarecidos.
Kiev e os aliados ocidentais temem que a Rússia acabe por invadir o leste da Ucrânia. Mas o comandante das forças da Otan na Europa, general Philip Breedlove, opinou que o presidente russo Vladimir Putin pode alcançar seus objetivos sem enviar tropas.
"O mais provável é que (Putin) siga desacreditando o governo (ucraniano), provocando o caos e tentando preparar o terreno para um movimento separatista no leste ucraniano", declarou o comandante.
O presidente interino da Ucrânia, Olexander Turchynov, nomeou de forma permanente o comandante do Estado-Maior do exército, que colocou as Forças Armadas de alerta e restabeleceu o serviço militar obrigatório.
ONU condena violência
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos condenou nesta terça-feira a violência na Ucrânia e pediu às partes que reduzam a tensão.
A Alta Comissária Navi Pillay pediu ao governo ucraniano que respeite as normas internacionais em suas operações militares, e os direitos humanos da população de língua russa.
afp.com / DEFENCE MINISTRY / STR
General Anatoliy Pushnyakov
durante operação militar
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Em referência aos ativistas pró-Rússia, Pillay também declarou que "os grupos armados e bem organizados devem colocar fim a suas ações ilegais, entregar as armas, libertar os detidos e esvaziar os edifícios públicos que estão ocupando".
Por sua vez, o presidente da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), Didier Burkhalter, viajará na quarta-feira a Moscou para se reunir com Putin.
Os dois falarão da "adoção de mesas-redondas sob a mediação da OSCE, para facilitar um diálogo nacional antes da eleição presidencial" de 25 de maio na Ucrânia, segundo a Alemanha.
Ao mesmo tempo em que estendem uma mão à Rússia, as potências ocidentais mantêm a política de sanções contra Moscou.
O subsecretário americano do Tesouro encarregado das sanções, David Cohen, viajará à França, Alemanha e Reino Unido de terça-feira até sexta-feira para coordenar "a aplicação das sanções em resposta às ações ilegais da Rússia na Ucrânia", segundo um comunicado do Tesouro
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