Cães e gatos que enfrentam longos períodos diários de solidão podem desenvolver comportamentos compulsivos decorrentes da ansiedade
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Em geral, os cães sofrem mais que os gatos quando ficam sozinhos (Thinkstock)
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Em diferentes graus, os animais de estimação sofrem com solidão. Para os cães, que são mais sociáveis, a tristeza e o stress podem ser mais ou menos intensos de acordo com os hábitos do proprietário, o treinamento e a raça do animal. Até entre os felinos, que dormem praticamente o dia inteiro, a ausência de humanos pode incomodar bastante (embora alguns gatos nem notem quando o dono sai, sejamos honestos).
Treinamento – Para ensinar o animal a lidar bem com os momentos de solidão, o treinamento começa desde cedo. O zootecnista Alexandre Rossi, autor do livro Adestramento Inteligente, explica que os primeiros dias do cão ou do gato que acaba de chegar à casa nova são decisivos para determinar o nível de ansiedade do animal no futuro. Isolar na lavanderia o cãozinho que acaba de ser separado da mãe e dos irmãos pode ser desastroso – ele vai passar o resto da vida associando a solidão ao desespero dos primeiros dias. O ideal é deixá-lo sozinho gradativamente: apenas depois que ele se acostumar com a família nova e por poucos minutos. No caso dos felinos, o processo é inverso. “O gato recém-chegado se estressa ainda mais se for solto em um ambiente muito amplo. Deixe-o em um cômodo menor no primeiro dia e espere que ele comece a comer e a usar a caixinha de areia antes de liberar o acesso ao resto da casa”, diz Rossi.
Quando o animal é adulto, os hábitos do dono afetam principalmente os cães, que percebem alterações de humor dos humanos. Quando estiver saindo de casa, por exemplo, controle a tensão e a culpa – dê um ossinho para que ele associe sua saída a um prêmio, pegue a bolsa ou a carteira e vá embora. A recomendação dos especialistas para o momento da chegada vai doer mais em você do que nele: ignore seu cão enquanto ele estiver muito agitado. “Se o dono faz festa sempre que chega em casa, o animal fica ainda mais ansioso para ganhar carinhos e brincadeiras. O ideal é esperar ele se acalmar antes de dar atenção”, explica a veterinária Priscila Fragoso, do Hospital Veterinário Sena Madureira, em São Paulo.
Companhia – Outra dica para quem não tem como evitar os períodos prolongados de solidão do bicho ou para quem mantém o cachorro exclusivamente no quintal é providenciar uma companhia, que pode ser outro cachorro ou um gato. Desde que, é claro, a convivência entre eles seja pacífica.
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