31 de jul. de 2012

IMAGENS QUE O GOVERNO DO PT NÃO MOSTROU DA COLCHA DE RETALHOS – 364 DURANTE A EXPOACRE


Durante a Expoacre o Governo do Estado colocou um telão para a população ver imagens da “BR” – 364, só que apenas mostraram a “parte boa” da estrada, ou seja, aquela que ainda não desbarrancou.

Bem, você que pretende ir de Rio Branco em direção ao vale do Juruá, e principalmente for à primeira vez, aqui vão alguns conselhos que você deve seguir se não quiser ter algum incidente ou acidente pelo caminho.

Mantenha seus pneus calibrados, além de manter o carro equilibrado você economiza combustível. Freios, não precisa ninguém falar pra você que é sua obrigação mantê-los em condições.
Saía por volta das 07:30hs da manhã, nesse horário a neblina já dissipou em grande parte. Não corra, pois há deformações asfálticas na cor do próprio asfalto, ao ver muito em cima dessas deformações pode perder o controle do carro. Não passe de 100Km/h.
Devido às dezenas de desbarrancamentos no trecho novo calcule exatamente a hora de passar por eles já que em muitos, só dá para passar um carro de cada vez (estão usando uma das mãos da “estrada”).

No trecho perto do Jurupari, muita calma nessa hora, aquilo lá parece mais com um terreno lunar. Não adianta esquentar a cabeça, vá devagar se não vai acabar com o fundo do seu carro.
Finalmente, seja sempre cortês, lembre-se que comportamento gera comportamento.


 CHEGANDO AO JURUPARI

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IMAGEM DO DIA - PÔR SOL COM ECLIPSE

MENSALÃO FOI O MAIOR CASO DE CORRUPÇÃO DO PAÍS, DIZ GURGEL

Procurador da República encaminhou uma última manifestação ao STF
No texto, ele afirma aos ministros do Supremo que esquema foi o 'mais atrevido e escandaloso' já flagrado no Brasil

FELIPE SELIGMAN - DE BRASÍLIA
Folha  de  São Paulo
Em sua última manifestação formal antes do início do julgamento do mensalão, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, enviou aos ministros do Supremo Tribunal Federal um documento no qual afirma que o caso foi "o mais atrevido e escandaloso esquema de corrupção e de desvio de dinheiro público flagrado no Brasil".
A expressão faz parte de um vasto memorial que foi entregue na última semana aos 11 integrantes do Supremo e obtido pela Folha. O julgamento começa na quinta.
Ao enviar o material, Gurgel visa facilitar o trabalho dos ministros, caso advogados contestem provas citadas pela acusação, ou afirmem que não existem indícios sobre um ou outro ponto.
O que Gurgel fez foi pinçar das mais de 50 mil páginas do processo o que chamou de "principais provas" contra os acusados. Esses documentos (como perícias, depoimentos e interrogatórios) foram separados pelo nome de cada réu, em dois volumes.
Nos últimos dias, advogados de defesa também entregaram os seus memoriais.
No texto em que Gurgel chama o mensalão de o mais "escandaloso esquema", o procurador retoma uma frase que usou nas alegações finais, enviadas ao Supremo no ano passado, quando havia dito que a atuação do STF deveria servir de exemplo contra atos de corrupção.
Agora, diz que "a atuação do Supremo Tribunal Federal servirá de exemplo, verdadeiro paradigma histórico, para todo o Poder Judiciário brasileiro e, principalmente, para toda a sociedade, a fim de que os atos de corrupção, mazela desgraçada e insistentemente epidêmica no Brasil, sejam tratados com rigor necessário".
Em outro ponto, ele afirma que o mensalão representou "um sistema de enorme movimentação financeira à margem da legalidade, com o objetivo espúrio de comprar os votos de parlamentares tidos como especialmente relevantes pelos líderes criminosos."
Em sua manifestação final, Gurgel tentou relembrar alguns detalhes fundamentais, como o papel do núcleo financeiro do esquema.
"Impressiona constatar que as ações dos dirigentes do Banco Rural perpassaram todas as etapas do esquema ilícito, desde sua origem (financiamento), passando pela sua operacionalização (distribuição) e, ao final, garantindo a sua impunidade pela omissão na comunicação das operações suspeitas aos órgãos de controle", afirma.

Ao resumir o que a ação contém, o procurador concluiu: "Colheu-se um substancioso conjunto de provas que não deixa dúvidas à procedência de acusação

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30 de jul. de 2012

MULHER DE CARLINHOS CACHOEIRA TEVE QUE PAGAR R$ 100 mil DE FIANÇA

Andressa Mendonça

Justiça proíbe mulher de Cachoeira de falar com investigados

CARLA GUIMARÃES - COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE GOIÂNIAA mulher do empresário Carlinhos Cachoeira, Andressa Mendonça, está proibida de entrar em contato com qualquer pessoa investigada na Operação Monte Carlo, o que inclui o próprio marido, preso em fevereiro pela Polícia Federal.


Ao todo, 81 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal à Justiça como supostos integrantes do esquema articulado pelo empresário.

Andressa ainda terá de pagar R$ 100 mil a título de fiança. A determinação faz parte de medida cautelar expedida pelo juiz federal Mark Yshida, também responsável pelo mandado de condução coercitiva de Andressa à PF e de busca e apreensão realizados na manhã desta segunda-feira (30) em Goiânia.

O mandado foi expedido no domingo (29) motivado por suposta "oferta de vantagem indevida" por parte de Andressa ao juiz federal Alderico Rocha, com a intenção de que Cachoeira fosse beneficiado na ação penal.

Segundo o delegado federal Sandro Paes Sandre, Andressa teria ido até o gabinete de Alderico Rocha na sexta-feira (27).

"Ele [o juiz] relatou o acontecimento ao Ministério Público Federal, que entendeu ser necessário a ordem de busca e apreensão e a condução coercitiva."

Segundo o juiz relatou ao Ministério Público, Andressa afirmou possuir um dossiê com informações desfavoráveis ao magistrado e ameaçou divulgá-lo caso ele não concordasse em revogar a prisão de Cachoeira.

A ação comandada pelo delegado Sandre iniciou às 7 horas e teve a participação de cinco policiais federais. Andressa estava em uma casa no condomínio Alphaville. A moradia fica no mesmo condomínio, mas não é a mesma em que Cachoeira foi preso e que pertenceu ao governador de Goiás, Marconi Perillo.

Segundo o delegado, Andressa ainda estava dormindo e "ficou surpresa". Ela estava sozinha.

Na casa, que é alugada segundo relatos de Andressa ao delegado, foram apreendidos dois computadores, dois iPads, um aparelho celular e documentos manuscritos.

Pela manhã Andressa foi ouvida pelo delegado Raul Alexandre Marques. Por volta das 12h10, o advogado identificado como Arinilson Mariano deixou a sede da PF com a bolsa de Andressa.

Cinco minutos depois, Andressa deixou o prédio e, assim como o advogado, entrou no carro sem responder os questionamentos dos jornalistas.

O delegado Sandre informou que o juiz concedeu prazo de três dias para Andressa realizar o depósito do valor estipulado como fiança. Sandre explica que a exigência é permitida com base na nova lei de fianças, com a alteração do Código de Processo Penal.

Se Andressa não cumprir as determinações judiciais poderá ter a prisão preventiva decretada. O mandado de caráter impeditivo, que proíbe o contato dela com investigados na Monte Carlo permanece.

AMEAÇAS

O juiz Alderico Santos assumiu o caso depois que o titular da ação, Paulo Augusto Moreira Lima, pediu para ser substituído.

Lima, responsável pela Operação Monte Carlo e que determinou a prisão de Cachoeira no fim de fevereiro, pediu para deixar o processo após relatar ter sofrido ameaças.

"É de gravidade qualificada. Não se pode ameaçar, do ponto de vista da integridade física, moral ou psicológica, nenhum julgador e sua família. Diante da gravidade incomum dos fatos, a corregedora nacional de Justiça está à frente da apuração dos fatos", afirmou o juiz em ofício.

O primeiro substituto, Leão Aparecido Alves, não assumiu por razões de foro íntimo, por ter relação próxima com um dos denunciados

José Olímpio de Queiroga Neto, um dos presos, acusado de comandar exploração de jogos ilegais no entorno do Distrito Federal, foi padrinho de casamento de Leão, quando o juiz atuava como advogado em Brasília.

ANDRESSA

Andressa diz que iria se casar com Cachoeira quando ele foi preso durante a Operação Monte Carlo, em 29 de fevereiro deste ano.

Em entrevista à Folha em abril, disse que o "noivo" se considera um preso político e que teria muito a falar, o que ainda não aconteceu.

Em sessão da CPI no Congresso que investiga o caso, Andressa chamou a atenção pela beleza e por exibir roupas de marcas famosas, sendo chamada de "musa da CPI".

Ela, inclusive, foi convocada para prestar depoimento a deputados e senadores da comissão no próximo dia 7 de agosto.

JULGAMENTO DO MENSALÃO GANHA DESTAQUE NAS MÍDIAS NACIONAL E INTERNACIONAL; PEDRO HENRY É REU

foto reprodução
Olhar Direto - Brasília - Catarine Piccioni - Como não poderia ser diferente, o julgamento do mensalão –- que vai começar nesta quinta-feira (02) em Brasília (DF) no Supremo Tribunal Federal – vem sendo destaque nos últimos dias nas mídias nacional e internacional, inclusive em materiais especiais. Afinal, trata-se do principal esquema de corrupção e de desvio de dinheiro público do país, segundo memorial encaminhado pelo Ministério Público Federal ao STF.

A última edição da revista Veja, por exemplo, destacou o memorial apresentado pela defesa do ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu para tentar convencer os ministros do STF de que o mensalão não passou de um esquema de caixa dois de campanha. Já a Isto É ressaltou que, apesar dos discursos públicos de confiança na absolvição, os principais réus do processo revelam um estado de ânimo diferente em conversas particulares. 

Agosto do 'cachorro louco': Mensalão e Pagot e Silval em CPI de Cachoeira

Gilmar Mendes nega recebimento de caixa dois e diz que denúncia é farsa

“Há um desânimo generalizado entre eles, decorrente da sensação real de que o espaço para a impunidade está cada vez menor e que o julgamento terá, de fato, consequências”, diz a reportagem.

Já a revista Época citou que o mensalão poderia ter gerado o segundo impeachment do país, já que o presidente Lula teria sido avisado sobre a mesada. Na Carta Capital, o mato-grossense Gilmar Mendes, um dos 11 ministros do STF, é o destaque. 

Segundo a reportagem, Mendes está envolvido com o valerioduto tucano, esquema montado pelo publicitário Marcos Valério de Souza para abastecer a campanha à reeleição de Eduardo Azeredo ao governo de Minas Gerais em 1998. Conforme a revista, o nome do ministro aparece em uma extensa lista de beneficiários do caixa 2 da campanha. Contudo, o empresário Marcos Valério já teria negado a autoria do documento que relaciona um suposto repasse de R$ 185 mil a Mendes.

Também no final de semana, os jornais destacaram o julgamento. O jornal O Globo ressaltou a quantia desviada: R$ 101,6 milhões, segundo as investigações. Por outro lado, a Folha de S. Paulo pontuou que o destino da maior parte dos recursos é desconhecido. 

E o Estado de São Paulo entrevistou pesquisadores, os quais avaliam que o mensalão significou um rompimento com o tipo de corrupção que tradicionalmente marcou a política brasileira. “A ação individual dos corruptos, para fins pessoais, foi sobrepujada pelo uso político-partidário do dinheiro sujo”, consta da reportagem. 

Já em nível internacional, a revista britânica The Economist destacou que o julgamento do mensalão é um sinal de avanços na luta contra a “impunidade dos poderosos”.

Mato Grosso

O deputado federal mato-grossense Pedro Henry (PP) é um dos 38 réus. Acusado de participação nas negociações que levaram ao repasse de pelo menos R$ 3 milhões do valerioduto para o PP, ele se defende dizendo que não tratou com o PT de assuntos financeiros.

Alvo de processo de cassação de mandato, foi absolvido em julgamento pelo plenário da Câmara. No STF, responde por crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

TRIBUTO AO PASSADO - CRIANÇAS DA FOTO FORAM IDENTIFICADAS


1- Clélia Rocha 2- Célia Rocha 3- Leal (Altevir Leal Filho) 4- Cleuma Rocha 5- Socorro Rocha (Pitoite) 6- Cleudon Rocha

LULA PEDIU PERDÃO AOS BRASILEIROS PELO ESCÂNDALO DO MENSALÃO -

Em 12 de agosto de 2005, um dia depois do depoimento do publicitário Duda Mendonça à CPI dos Correios, a lama do mensalão aproximou-se do pescoço do presidente Lula. O marqueteiro do rei confessara que precisou abrir uma conta num paraíso fiscal para receber alguns milhões de dólares pelos serviços prestados ao candidato do PT na campanha eleitoral de 2002. A incorporação de mais dois tópicos ao prontuário da quadrilha ─ lavagem de dinheiro e evasão de divisas ─ fez a temperatura política aproximar-se do ponto de combustão.
Ameaçado pela perda do emprego, o presidente enfim se animou a tratar em cadeia nacional do caso que estarrecia o país desde 6 de junho, quando o deputado Roberto Jefferson denunciou o colosso de bandalheiras numa entrevista à Folha.  Nos 67 dias seguintes, Lula não enxergou nenhum golpe forjado pela oposição, com o apoio das elites e da imprensa. Só viu motivos para pedir perdão aos brasileiros.
“Eu me sinto traído, traído por práticas inaceitáveis, das quais não tive conhecimento”, diz já no começo do vídeo de 1min32 . Faz de conta que não soube de nada. Já era alguma coisa admitir a ocorrência de “práticas inaceitáveis”, outro codinome da velha ladroagem. “Não tenho nenhuma vergonha de dizer ao povo brasileiro que nós temos de pedir desculpas”, reconhece segundos adiante. “O PT tem pedir desculpas. O governo, onde errou, tem de pedir desculpas”.
Em outubro de 2008, resolveu que não havia desculpas a pedir: o mensalão nunca existiu, começou a recitar. A história do golpe imaginário apareceu no ano seguinte. De lá para cá, o pecador espertalhão capricha na pose de vítima. Só não exigiu que os brasileiros lhe peçam desculpas porque seria convidado a rever o vídeo em que pediu perdão. Só faz isso quem sabe que pecou.
Nota: Agora querem negar que o mensalão existiu. Essa é a hora que a nação brasileira verá se ainda pode confiar no STF.

DICA TARAUACÁ NOTÍCIAS – 1


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ESCÂNDALO:FOLHA DE SÃO PAULO REVELA QUE JORGE VIANA APOIOU MENSALEIROS



Foi importante nesse processo o governador do Acre, Jorge Viana, que conhecia o meio publicitário de Minas (a agência que fazia a propaganda de seu governo era a mineira ASA). Sua missão era acalmar o setor e evitar que mais pessoas dessem entrevistas Senador Jorge Viana, do PT do Acre
FERNANDO RODRIGUES - Brasília - O mês de agosto será marcado por uma guerra de versões entre os 38 réus durante o julgamento do mensalão.


Essas divergências se acentuaram ao longo dos anos, mas, quando o escândalo eclodiu, em 2005, muitos dos envolvidos formularam uma tese unificada sobre o dinheiro do esquema.

Tudo virou “caixa dois”. É o jargão usado para o uso de dinheiro não declarado pelas campanhas.

A história é longa. Remonta ao início de 2003, primeiro ano de Lula na Presidência. Na época, o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza frequentava as sedes do PT. Loquaz, dizia aos dirigentes da sigla: “O PT me deve uns R$ 120 milhões”.

Em meados de 2004 o então ministro da Casa Civil, José Dirceu, foi procurado por Silvio Pereira, secretário-geral do PT, que relatou o que ouvira. Dirceu retrucou: “Mas não eram só R$ 40 milhões?”.

Dirceu nega a existência do diálogo. Já Silvinho, como é conhecido, relatou a conversa a mais de uma pessoa. Vistos em retrospecto, os indícios do início do governo Lula iam todos na direção de um esquema em formação.

O escândalo do mensalão se materializou em 6 de junho de 2005. Nessa data a Folha publicou uma entrevista com o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) afirmando que congressistas aliados recebiam o que ele chamava de “mensalão” de R$ 30 mil do PT.

Os petistas ficaram aturdidos. Não sabiam como reagir. Aí ocorreu algo inusitado. O discurso de defesa foi arquitetado pela mesma pessoa que forneceu recursos para o esquema: Marcos Valério.

Tudo seria apenas caixa dois. Dívidas de campanha que precisavam ser pagas. Algo que todos os políticos acabam praticando. Um achado. O caixa dois passou a ser a versão oficial da defesa.

O ESCÂNDALO

Após a entrevista de Jefferson, a pressão aumentava a cada dia sobre o Planalto. Valério estava prestes a dar depoimento à Procuradoria.

O empresário mineiro deixou vazar numa sexta-feira (dia 8 de julho) que teria marcado sua ida à Procuradoria para a semana seguinte. Vários políticos entraram em contato com ele.

Delúbio Soares foi um deles. O tesoureiro do PT e das campanhas de Lula falou com Valério no sábado. Conversa tensa, com ameaças diversas.

Valério se dizia abandonado. Queria proteção. Falou em negócios de seu interesse que o governo não poderia deixar de tocar, como a liquidação do Banco Econômico.

Delúbio comprometeu-se a tratar desses pleitos com a cúpula do PT e do governo. Mas a comunicação era difícil naqueles dias. Na segunda-feira, 11 de julho, Delúbio foi a Belo Horizonte conversar com Valério. Poucos na direção do PT foram avisados. Era uma operação de alto risco, mas imprescindível para montar uma versão aceitável.

Enquanto Delúbio se mexia, o governo enviava bombeiros para conversas reservadas. Foi importantes nesse processo o governador do Acre, Jorge Viana, que conhecia o meio publicitário de Minas (a agência que fazia a propaganda de seu governo era a mineira ASA). Sua missão era acalmar o setor e evitar que mais pessoas começassem a dar entrevistas.

Ao mesmo tempo, o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (hoje ministro), procurou políticos locais para colocar água na fervura.

Em Brasília, Lula se aconselhava com um antigo tesoureiro do PT, Paulo Okamotto. O ministro Antonio Palocci (Fazenda) acalmou os credores dos bancos Rural e BMG, usados no valerioduto. Preocupados com a eventual quebra das instituições, os credores ameaçavam acioná-las na Justiça. Ouviram de Palocci que deveriam aguardar, pois o governo não deixaria a situação sair do controle.

Em 12 de julho, dia seguinte à visita de Delúbio a Valério, fez-se uma reunião secreta em São Paulo em um escritório do advogado Arnaldo Malheiros Filho, responsável pelos casos de Delúbio e Silvio Pereira. Além de Delúbio, Silvio e dos advogados, estava no local José Genoino, presidente do PT quando o escândalo surgira. A reunião começou por volta de 9h.

No meio do encontro Delúbio disse: “Vocês não se espantem não, mas o Marcos Valério está chegando”. Um jatinho com o publicitário e o advogado Marcelo Leonardo aterrissara por volta das 10h no Campo de Marte.

Por volta das 10h30, Valério e Marcelo Leonardo entraram e se isolaram por alguns minutos em uma das salas do escritório. Quando entraram na sala maior, onde estavam os outros, o empresário pediu a palavra. “Temos três hipóteses. A primeira é derrubar a República. Vamos falar tudo de todos. PT, PSDB, PFL, todos. Não sobra ninguém. A segunda hipótese é a tática

PC Farias: ficar calado. Só que ele ficou calado e morreu. A terceira hipótese é um acordo negociado, de caixa dois.”

Todos ficam calados. Segundo um presente, “era como se estivéssemos todos congelados”. Várias conversas paralelas começaram, até que cada um apresentou seu ponto de vista.

Genoino defendeu o governo Lula e a escolha da hipótese número 3. Essa foi a saída consensual.

Antes de a decisão ser aceita por todos, Delúbio, Valério e Genoino se reuniram separadamente numa sala. Depois da conversa reservada, o encontro maior não se instalou mais. Não houve anúncio formal, mas ficou subentendido que a saída era vender a versão do caixa dois ao público.

Já passava das 13h. A fome dos presentes foi saciada com sanduíches da padaria Barcelona, na praça Vilaboim, reduto tucano em São Paulo.

O primeiro a sair foi Valério. Ficaram no local os demais. Decidiu-se que no dia seguinte eles iriam a Brasília consultar o governo e as cúpulas dos partidos aliados. Malheiros providenciou o aluguel de um jatinho. Embarcaram cedo na quarta. Genoino preferiu não ir.

Ao chegar à capital federal, Malheiros e Delúbio se dividiram. O advogado foi ao encontro do então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, hoje advogado de um ex-diretor do Banco Rural, que é réu. O petista se deslocou para a casa de um amigo.

Na conversa entre Thomaz Bastos e Malheiros, o governo teve pela primeira vez detalhes da versão do caixa dois. Bastos ouviu e falou da necessidade de todos afinarem o discurso.

Aprovou a estratégia, mas antes precisava submeter o acordo a Lula.

Nessa mesma quarta, Thomaz Bastos chamou Antonio Palocci e ambos foram até o presidente. Lula concordou com a versão. O ministro deu sinal verde a Malheiros.

CENTRAL

O endereço em que Delúbio se instalou em Brasília foi transformado em central da versão do caixa dois. Foram chamados ao local todos os políticos que precisavam ter o discurso ajustado. Em romaria, eles chegavam, tomavam conhecimento e concordavam com a estratégia.

Estiveram ali, pelo menos, Arlindo Chinaglia, José Janene, José Borba, Valdemar Costa Neto, Aloizio Mercadante, Ricardo Berzoini, Paulo Okamotto e Renato Rabelo. Entre os que foram consultados estão Dirceu e um representante do PTB.

No dia seguinte, quinta-feira (14 de julho), já com tudo acertado, Delúbio passou por Belo Horizonte para finalizar os detalhes do depoimento de Valério à Procuradoria, que acabou sendo feito nessa mesma data. Antes de prestar seu depoimento, o ex-tesoureiro tomou conhecimento do teor do que fora dito por Valério. O depoimento de Delúbio à Procuradoria ocorreu na sexta-feira, dia 15.

Na véspera desse depoimento, com o discurso afinado, os protagonistas da montagem da versão do caixa dois voltaram a São Paulo. Havia um clima mais relaxado. No dia 14, à noite, houve ainda duas reuniões para preparar o depoimento de Delúbio.

A primeira teve como protagonistas Genoino, Delúbio, Silvio Pereira, Ricardo Berzoini e José Dirceu. O advogado Arnaldo Malheiros chegou na metade do encontro. Nessa reunião o objetivo era checar de maneira pontual os detalhes que Delúbio abordaria.

Um exemplo de que o clima estava melhor foi o prazer a que se deu Delúbio, torcedor do São Paulo: ele assistiu ao final da partida em que seu time disputava a finalíssima da Libertadores –e foi campeão pela terceira vez. Após a partida, todos saíram para um segundo encontro, já na madrugada de sexta. Coube a Malheiros ligar para o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, para acertar o depoimento de Delúbio. Estava montada a versão do caixa dois.

Ato contínuo, em viagem a Paris, o presidente Lula deu entrevista na qual falou sobre a operação. O “Fantástico”, da TV Globo, transmitiu o vídeo em 17 de julho: “O que o PT fez do ponto de vista eleitoral é o que é feito no Brasil sistematicamente”. E mais: “Não é por causa do erro de um dirigente ou de outro que você pode dizer que o PT está envolvido em corrupção”.

O escândalo começava a ficar domado. No discurso oficial, circunscrevia-se o mensalão a mero uso de dinheiro não contabilizado em campanha. Lula não virou réu.

Agora, sete anos depois, o STF julgará se é verossímil a versão do caixa dois, tão bem arquitetada naquele conturbado julho de 2005.

Fonte: Folha de São Paulo
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IMAGEM DO DIA - NATUREZA - 30/07/2012

26 de jul. de 2012

PREFEITURA MUNICIPAL INICIA ASFALTAMENTO DA RUA JUSTINIANO DE SERPA EM TARAUACÁ

 
Após um período de preparação e compactação do solo, a Prefeitura Municipal de Tarauacá através da Construmil e Terraplanagem Ltda iniciou agora à tarde o asfaltamento da Rua Justiniano de Serpa que estava bastante deteriorada pela abertura da BR-364 no período de chuva. Sem dúvida nenhuma um grande benefício para aqueles munícipes.
Abaixo a linha do tempo da obra.


DILMA ESTRÉIA HELICÓPTERO VIP COMPRADO DA FRANÇA



A modernização da frota de aeronaves à disposição da Presidência deverá ser completada em 2013, com a chegada do segundo helicóptero VH-36 Caracal ao GTE (Grupo de Transporte Especial) da Força Aérea Brasileira.

A primeira unidade foi entregue na semana passada e usada pela primeira vez por Dilma Rousseff anteontem. O modelo, uma versão VIP do helicóptero de transporte médio EC-725 da francesa Eurocopter, faz parte do cronograma de entregas previsto no acordo militar Brasil-França, assinado em 2009.

Cinquenta aparelhos serão entregues até 2017 para uso nas três Forças – dois para uso presidencial. O custo é de R$ 5,2 bilhões, mas isso não significa um valor unitário, já que embute logística e transferência tecnológica para produção nacional, que ocorre na brasileira Helibrás, subsidiária da Eurocopter.

O GTE realiza o transporte da presidente, do vice, dos ministros e de autoridades do Legislativo e do Judiciário.

O governo também discute, como a Folha mostrou em maio, a compra de um novo avião de longo alcance – o atual Airbus-319, o Aerolula, é moderno, mas não voa à Europa sem escala.

O Caracal substituirá o Super Puma, também da Eurocopter, usado desde 1992.

O perfil do serviço à Presidência segue o padrão de outros países com regimes semelhantes. EUA, França, México e Rússia também contam com avião principal de longa distância, aviões secundários, helicópteros e jatinhos.

Como superpotência, os EUA têm não um só avião principal, mas dois. Utilizando helicóptero, Barack Obama sempre voa com ao menos cinco aparelhos iguais que trocam de posição, para despistar. Suas aeronaves têm medidas contra mísseis dispensadas, por ora, aqui.

FONTE/PODER AÉREO
Nota do Blog: O vidão, e nós que voávamos o Fokker da Tavaj de 1962

CAOS NA SAÚDE DO MÉDICO SEBASTIÃO VIANNA MOTIVA ABERTURA DE INQUÉRITOS PELO MPE


Salomão MatosDa redação de ac24horas
salomao.matos@gmail.com

A edição do Diário Oficial do Acre, desta quinta-feira (26), trás pelo menos três publicações de abertura de inquéritos e Procedimentos Reparatórios do Ministério Público contra a péssima qualidade dos serviços públicos prestados pelas secretarias municipal e estadual de saúde.

As denúncias vão desde a dificuldade na obtenção de medicamentos para tratamento de doenças como o câncer, tratamento em especialidade de ortopedia e até mesmo dificuldade dos pacientes para marcar uma simples consulta na rede pública de saúde.

Os inquéritos e Procedimentos Reparatórios são alvo de investigação pelo Ministério Público Estadual, na Promotoria Especializada de Defesa da Saúde, tendo à frente os promotor de justiça titular Glaucio Ney Shiroma Oshiro.

Diz o Ofício nº 030 encaminhado  aos gabinetes da SEMSA /SESACRE,  que o sistema como um todo não está funcionando, causando, assim, deficiência em agendar consultas especializadas junto ao Hospital das Clínicas e considerando ainda o evidente impacto coletivo que ocasiona o não funcionamento ou o funcionamento deficiente do agendamento de consultas especializadas junto ao único hospital de referência no Estado. A íntegra dos inquéritos e Procedimentos Reparatórios do MPE podem ser visualizadas no endereço eletrônico na internet www.diario.ac.gov.br

AGENTES ALERTAM PARA INSTALAÇÃO DA MALÁRIA NA ÁREA URBANA DE RIO BRANCO




Um documento protocolado ontem (25) na Câmara Municipal de Rio Branco alerta os vereadores para a infestalação da malária na área urbana da cidade. O documento foi elaborado pelos agentes da vigilância epidemiológica do município Daniel Braga, Ziad Mota e Wenderson Queiroz. Eles denunciam o descaso dos serviços de prevenção e combate a malária, leishmaniose e a doença de chagas.

O alerta aponta casos positivos da malária registrados semanalmente na zona urbana da capital do Acre. Segundo os agentes, a prefeitura não vem realizando o serviço preventivo e nem de combate. O documento acusa a coordenadora da Vigilância, Mônica de Abreu Morais, de não permitir as ações por parte dos agentes que foram treinados para exercer os serviços.

- Como consequência disso, todos os agentes foram remanejados da função que exerciam – dizem os agentes.

Os agentes pedem providências no sentido de sensibilizar o prefeito Raimundo Angelim, da necessidade de se reestabelecer o serviço preventivo. “A inércia da coordenadoria poderá causar danos irreparáveis à saúde de nossos munícipes”, declaram os agentes.

Além da malária, na zona rural, os agentes apontam casos de leishmaniose e doenças de chagas. Relatam ainda que a prevenção no setor está abandonada. Um dos últimos casos confirmados de malária agravou a saúde da esposa de um jornalista em Rio Branco. A paciente, que pediu para não ter seu nome revelado, ficou nove dias internada em um hospital da capital. Um dos focos confirmados da doença é o bairro da Vila Acre e adjacências, no Segundo Distrito da capital.

Monica de Abreu não cumpriu ao chamamento verbal de autoria do vereador Raimundo Vaz, para comparecer na Câmara Municipal no último dia 12. O oficio foi recebido pelo gabinete da coordenação, no dia 04 de julho do corrente.

A coordenadora citada foi procurada ontem à tarde pela reportagem, mas segundo a atendente do setor ela estava em reunião. Não foi dado retorno à redação até a edição desta matéria.

No Estado, casos de malária foram reduzidos, diz o Ministério da Saúde

O Acre teve a menor redução do número de casos de malária na Amazônia e no Brasil de janeiro a outubro do ano passado, quando foram notificados no estado 17.176 casos contra os 28.125 casos registrados no mesmo período de 2010, com redução de 38,9%, percentual bem superior à queda de 23% observada em toda a região.

Os dados são do Ministério da Saúde.

ENTENDA O QUE É ESTERIÓTIPO

IMAGEM DO DIA - UM IATE E 145 ESQUIADORES

25 de jul. de 2012

"BATMAN" É PRESO TENTANDO ROUBAR RESTAURANTE NO INTERIOR DE SÃO PAULO


Fabrício Calado- Do UOL, em São Paulo- Divulgação/Polícia Militar

"Batman" era considerado foragido por dívidas de pensão alimentícia; segundo a polícia, ele agia sozinho
Santa ousadia! Policiais prenderam na madrugada de domingo (22) um homem que, fantasiado como o homem-morcego, tentava roubar bebidas de um restaurante na região central de Santa Bárbara D'Oeste (interior de São Paulo).
Um telefonema anônimo à polícia entregou o criminoso. Ele foi detido dentro do restaurante com a arma do crime, uma barra de ferro usada para arrombar a porta do restaurante. A polícia encontrou com o assaltante garrafas de cachaça, rum, uísque e vodca.
Segundo a polícia, o servente  Tiarles da Silva, 21, já tinha passagem anterior por furto, e era considerado foragido, porque não pagou pensão alimentícia.
O assaltante continua preso e responderá por tentativa de furto. O policial que atendeu ao UOL disse não saber o porquê do homem estar fantasiado na hora do assalto.
Nota do Blog: Viu crianças? Nesse país não se pode confiar nem em super- heróis.

DERACRE FAZ APENAS 50Mt DE RUA, MAS DOCUMENTO OFICIAL DIZ QUE FEZ 250 Mt e MPE DESCONFIA DE "DESVIO DE DINHEIRO"


Salomão MatosDa redação de ac24horas - A Promotoria Especializada de Defesa do Patrimônio Público do Ministério Público Estadual do Acre, mandou instaurar Procedimento Reparatório contra o Departamento de Estradas e Rodagens do Acre- DERACRE, para que o órgão esclareça onde os recursos destinados a conclusão de um trecho com 250 metros de rua com asfalto foram parar. Documento original do contrato estipula a pavimentação da rua com um quarto de quilometro e somente 50 metros de pavimento foram realizados.

Diz o documento publicado na edição do Diário Oficial desta quarta-feira (25), aque as “obras inacabadas na Rua Adalberto Sena – Bairro João Paulo II/São Sebastião”, em face da execução parcial das obras, a despeito da via ter sido contemplada, segundo informações, com 250m (duzentos e cinquenta metros) de asfalto, através do Programa de Gestão Participativa (PGP), apurar as circunstâncias dos fatos referidos acima, para ao final, se for o caso, promover ação competente (cível e/ou criminal).

Por fim procedeu a promotora de Justiça Dra. Waldirene Oliveira da Cruz-Lima Cordeiro que “é de todos sabido que recursos públicos não podem ser empregados ao talante do administrador público, mas sim dentro das regras ditadas pela eficiente e boa administração pública, eis que o desvio dos fins buscado por esta podem evidenciar a prática de ato de improbidade administrativa (malbaratamento de recursos públicos), punível pelas raias da Lei Federal nº 8.429/92.


MATÉRIA DA REVISTA CARTA CAPITAL DESMISTIFICA MODELO DE POLÍTICA AMBIENTAL DO ACRE


Da Redação da Agência ContilNet Em matéria do jornalista Marcelo Pellegrini, revista tida como petista apresenta denúncia de dossiê do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) desmistificando o conceito de “economia verde” no Acre. Leia matéria completa:

A economia verde é a aposta do governador Tião Viana para desenvolver o estado/Foto: Elza Fiúza 


ABrImagem de caminhão carregando madeira na área da bacia do riozinho do Rola/Foto: CPT

Carta Verde/Marcelo Pellegrini/Meio Ambiente

O mito da ‘economia verde’ da Amazônia

O estado do Acre foi garoto-propaganda do governo federal na Rio+20. Usado como exemplo de experiência em desenvolvimento sustentável numa das áreas mais delicadas da Amazônia, o conceito de “economia verde” implantado na terra de Chico Mendes e Marina Silva virou vedete para estrangeiro ver e é hoje um dos principais trunfos políticos da família Viana, no poder local desde o fim dos anos 1990.

Poucos sabem explicar exatamente do que se trata, mas o modelo foi assim empregado durante a gestão Jorge Viana (1999-2002), hoje senador pelo PT. É vitrine agora do governo de seu irmão, o também petista Tião Viana, e ajudou a eleger aliados na maioria das cidades do estado – 10 das 22 prefeituras acrianas são administradas pelo PT, que tem ainda dois dos três senadores do estado.

A retórica sobre desenvolvimento sustentável, no entanto, corre o risco de cair por terra após a apresentação de um dossiê do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) que supostamente desmistifica o conceito de “economia verde” no Acre. Segundo o documento, o governo acriano maquia dados e é complacente com os madeireiros e com o avanço do agronegócio na região. “A ‘economia verde’ no Acre é fazer mais do mesmo”, disse Lindomar Padilha, presidente do CIMI no estado. Segundo ele, madeireiros retiram árvores de área indígena e ainda obtêm o “selo verde” do governo – identificação dada a produtos que não agridem o meio ambiente. “Muitas comunidades extrativistas, indígenas e ribeirinhas estão sofrendo com essa ‘cortina verde’ criada pelo governo”, denuncia.

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Outro dado controverso a respeito do desenvolvimento sustentável no estado está na qualidade de vida da população. Durante as chuvas de fevereiro, cerca de um quarto da população acriana foi atingida diretamente pela cheia do Rio Acre. Há exatos 15 anos, um fenômeno de proporções semelhantes atingiu o estado – naquele ano, porém, o número de pessoas atingidas foi praticamente a metade do de hoje. “Isso é consequência da concentração de famílias pobres em áreas de risco, o que não pode ser entendido como desenvolvimento sustentável ou economia verde”, argumenta Padilha.

Na contramão do desenvolvimento

Hoje quase metade da população do Acre é beneficiária do Bolsa Família. “Cerca de 60 mil famílias dependem do benefício para viver. Isso mostra como o estado do Acre está empobrecido”. Ao mesmo tempo, a concentração de terras na região aumentou. Em 2003, 67,1% do território pertenciam a grandes proprietários; em 2010, o índice saltou para 78,9%. Em compensação, os minifúndios e pequenas propriedades caíram de 27,1%, em 2003, para 17,1% em 2010, segundo dados do Incra.

Segundo especialistas, o modelo de “economia verde”, que serviria para frear o desmatamento na região, pouco surtiu efeito. O corte ilegal da vegetação, segundo o INPE, apresentou leve crescimento entre a década de 1998 a 2008, em comparação com a década anterior. “O governo estadual tenta vender uma idéia de desenvolvimento baseada no manejo florestal com o intuito de obter investimentos de bancos e linhas de crédito internacionais, como o Banco Mundial”, opina Padilha.

Não é o que dizem os números oficiais. Em nota, a Secretaria do Meio Ambiente do Acre informou que, a partir de 2004, 85% da madeira extraída no estado era retirada por meio de planos de manejo, invertendo a lógica anterior – a de que a origem da madeira era resultado dos desmatamentos. O órgão argumenta também que que o governo, junto com o Ministério Publico Estadual, só autoriza Planos de Manejo em áreas privadas sem conflitos sociais. Em razão disso, diz o comunicado, muitos proprietários passaram a titular os posseiros legítimos destas áreas, uma forma inédita de regularização fundiária com recursos privados.

No entanto, não foi isso o que aconteceu em uma área da bacia hidrográfica do riozinho do Rola, na região de Rio Branco. A área teve seu plano de manejo florestal aprovados pelo Instituto do Meio Ambiente do Acre (IMAC), mas era disputada entre o fazendeiro Mozart Marcondes e um grupo de 1400 posseiros que viviam do extrativismo florestal.

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Apesar da indefinição, Marcondes conseguiu um plano de manejo pelo IMAC e concedeu sua execução a uma empresa chamada Laminados Triunfo Ltda, que está entre as grandes vencedoras dos planos de manejo na região. Com o início da execução do plano surgiram as primeiras denúncias de crimes ambientais. Segundo um relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT), a Laminados Triunfo obstruiu, com troncos e terra, o fluxo de água do igarapé Vai-Se-Ver, do riozinho do Rolo e São Raimundo.

Com o aterro, peixes começaram a morrer e as nascentes onde as famílias retiram água pra beber foram prejudicadas, segundo os posseiros. Há ainda denúncias de retirada de madeira antes do tamanho estipulado por lei e de madeira de lei (seringueira e castanheira). “O governo dá a concessão, mas não fiscaliza nada depois”, afirma Darlene Braga, coordenadora da CPT no Acre.

Após as denúncias, o Ministério Público Federal recomendou que o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) retomasse o estudo sobre a criação de uma reserva extrativista na região e a concessão de manejo florestal dada à Laminados Triunfo foi interrompida.

Ao que parece, dentro de casa o conceito de “economia verde” soa diferente da imagem vendida para o mundo. E, em meio às críticas, o berço político da “economia verde” também enfrenta desgastes: em julho, o Ministério Público Eleitoral (MPE), por meio de um parecer, pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a cassação do governador Tião Viana e do senador Jorge Viana. A coligação é acusada de ter cometido crimes de abuso de poder político, econômico e uso indevido dos meios de comunicação social nas eleições de 2010.

No parecer, o MPE argumenta que “a normalidade e a legitimidade das eleições foram seriamente afetadas na hipótese dos autos, comprometendo a igualdade da disputa e o equilíbrio pleito”. Desde que o pedido do MPE foi encaminhado ao TSE, a Secretaria de Comunicação do governo do Acre não quis se manifestar, por entender que processo refere-se ao cidadão Tião Viana e não ao chefe do governo. Já o irmão do governador, por meio da assessoria, negou as acusações e informou que o processo já foi julgado e rejeitado, por unanimidade, pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Acre. A assessoria disse ainda que o senador se defenderá no TSE para comprovar a inocência.

*Com informações da Agência Brasil
Confira a matéria no site da Carta Capital