Micael Johansson, novo CEO global da Saab elogia parceria e vê oportunidade para fornecer 15 jatos ao país vizinho
Daniel Rittner
Valor Econômico
De Brasília
O Brasil poderá servir como plataforma para montagem final e testes de caças Gripen E/F que serão eventualmente fornecidos à Colômbia, em caso de vitória dasueca Saab na concorrência aberta pelo vizinho sul-americano, segundo o novo CEO global da companhia, Micael Johansson.
“Absolutamente”, disse o executivo, com ênfase, ao ser questionado pelo Valor se a indústria brasileira seria envolvida no processo. “A relação Brasil-Colômbia é muito boa e existe grande interação entre as forças aéreas dos dois países. Ainda temos que definir o modelo [de fornecimento], mas nós criamos a possibilidade de fazer a montagem final e os testes por aqui”, acrescentou.
No total, países com compras planejadas de novos caças podem encomendar de250 a 300 unidades, estima Johansson. Ele vê perspectivas de definição nas concorrências da Finlândia e do Canadá. No caso da Índia, que declara a intenção de adquirir até 126 jatos, a disputa tem menos clareza. A expectativa é que os indianos enviem a potenciais fornecedores uma “manifestação de interesse” no segundo trimestre deste ano, mas “é difícil entender exatamente em que fase estão”.
Micael Johansson |
Em todos esses processos, segundo o presidente da SAAB, a indústria brasileira já tem participação garantida. A empresa gaúcha AEL Sistemas tornou-se integrante da cadeia global de fornecedores do Gripen. Ela desenvolveu uma painel de última geração Wide Area Display - WAD), sensível ao toque e de área maior que a versão original. Com isso, a tela foi incorporada à linha dos caças suecos - não apenas aos que estão sendo produzidos para o Brasil.
O agravamento da crise do coronavírus, com a decretação de pandemia global, tomou tempo de Johansson com ligações telefônicas para Linköping, sede da empresa na Suécia. Até agora, os escritórios e a linha de produção da Saab têm funcionado normalmente, mas ele acompanha a evolução.
Perguntado se a incerteza econômica pode comprometer os orçamentos de defesa mundo afora e adiar encomendas, adota cautela: “É difícil dizer agora, mas vamos monitorar. Obviamente há risco de ligeiro atraso se formos afetados por uma recessão global.
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