7 de jan. de 2022

A EMD G12 e sua história

Com um total de 1036 unidades produzidas entre 1953 e 1968 a EMD G12 foi um das locomotivas mais populares do mundo com unidades operando em cinco continentes em ferrovias com bitolas que variavam de 1,000m até 1,676m.

O modelo foi um dos grandes responsáveis por consolidar o Diesel como combustível em substituição da tração à vapor, ainda bastante comum nos anos 50 e isso se deveu à seu projeto bastante simplificado, que a tornava barata para comprar e manter e ao mesmo tempo eficiente na tração.

Uma de suas características mais marcantes era o seu motor primário V12 dois tempos de aspiração natural, que tinha um ronco sublime e que até hoje é lembrado como o ronco mais bonito que uma locomotiva teve em todos os tempos!

Esse motor não era muito econômico, mas isso não era um problema, já que naquela época os combustíveis fósseis eram considerados muito baratos. Tempos que poderiam voltar...

De todos os 21 países que utilizaram a G12, o Brasil foi o maior operador, tendo comprado 267 locomotivas, o que a tornou o modelo mais numeroso por aqui, até a chegada das GE U20C.

Originalmente estavam distribuídas da seguinte maneira:


02 Estrada de Ferro de Goiás

30 Cia Mogiana de Estradas de Ferro

43 Estrada de Ferro Noroeste do Brasil

17 Rede de Viação Paraná-Santa Catarina

18 Cia Paulista de Estradas de Ferro, onde ganharam o apelido de "cabeça de saúva", por causa do radiador do freio dinâmico que era bem ressaltado.

31 Rede Mineira de Viação

91 Viação Férrea do Rio Grande do Sul

35 Estrada de Ferro Vitória a Minas

Foram um sucesso operacional por décadas até que a necessidade de maior potência e menor consumo de combustível fez com que gradativamente fossem retiradas de circulação, mas algumas ferrovias optaram por modernizar suas unidades, mantendo-as ativas. Muitas delas até hoje!

Atualmente, algumas delas seguem puxando trens, a maioria em trecho de menor demanda, como a Ferrovia Tereza Cristina, ou em trens de serviço e até na manobra de grandes ferrovias como a Rumo.

Algumas unidades foram destinadas à preservação ferroviária e aos poucos estão sendo restauradas, como é o caso da 4262, que foi comprada em 1957 para VFRGS e trabalhou por 60 anos, até ser doada para a ABPF em 2017 pela Rumo.

Após restaurada, recebeu a icônica pintura vermelha com faixas amarelas da Rede Ferroviária Federal e se tornou uma das principais locomotivas da Regional Sul, tracionando trens itinerantes, como o Trem dos Tropeiros e o Trem dos Vales, entre Muçum e Guaporé, sendo que o último município é exatamente onde fiz esta foto.

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