19 de abr. de 2022

Brasil cobra OMC de medidas para manter fluxo de fertilizantes

A ideia é ter mecanismos para impedir uma escassez dos produtos no mercado global

Ministro Carlos França com a diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, na segunda-feira 18 | Foto: Divulgação/MRE

O presidente Jair Bolsonaro (PL) se encontrou na segunda-feira 18 com a diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Ngozi Okonjo-Iweala, que visitou Brasília ontem. De acordo com o planalto, Bolsonaro reforçou que a organização deve criar uma iniciativa para manter o fluxo de comércio de fertilizantes livre de sanções enquanto durar a guerra na Ucrânia.

A ideia é ter mecanismos que garantam o livre fluxo das matérias-primas para a agricultura, impedindo uma escassez dos produtos no mercado global, flexibilizando restrições impostas à Rússia e Belarus.

De acordo com Okonjo-Iweala, que está na América Latina pela primeira vez desde que assumiu o cargo no ano passado, o temor de falta de fertilizantes deve ser discutido com os Estados Unidos — país que impôs o maior número de sanções contra a Rússia por causa da invasão militar à Ucrânia —, mas também com os demais integrantes da OMC.

“É preciso tratar do assunto como exceção e permitir o fluxo internacional de fertilizantes. Nada aconteceu ainda. Mas vamos ver como a iniciativa segue adiante”, afirmou Okonjo-Iweala.

Obstáculos a esse comércio são vistos pela diretora-geral da OMC como ameaças à segurança alimentar. “Se houver problemas com o fluxo, teremos mais problemas com os preços dos alimentos”, disse, em referência aos valores acentuados ainda mais nos últimos meses pela guerra na Ucrânia.

Rússia e Belarus são os principais fornecedores de fertilizantes ao Brasil, Índia e outros produtores agrícolas. Sanções comerciais aplicadas pelos EUA e seus aliados têm potencial para inibir o trânsito desses insumos e também de sementes.

Okonjo-Iweala fez um apelo para que o Brasil exporte parte de seus estoques reguladores de alimentos a fim de ampliar a oferta mundial em um momento de alta de preços nos mercados, segundo o ministro das Relações Exteriores, Carlos França.

O chanceler respondeu que, mesmo nos momentos mais críticos da pandemia, o agronegócio brasileiro manteve suas exportações. “Os contratos foram mantidos e honrados”, destacou.

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