9 de ago. de 2024

Força Aérea Brasileira intercepta 4.000 aeronaves suspeitas em cinco anos

A-29 Super Tucano


A Força Aérea Brasileira (FAB) interceptou 4.020 aeronaves sem autorização para voar no espaço aéreo brasileiro de janeiro de 2019 até 3 de julho de 2024. Em 90 dessas operações, foram necessários disparos para que os pilotos advertidos pousassem ou mudassem suas rotas.

Segundo dados obtidos pela Folha de São Paulo através da Lei de Acesso à Informação, até 3 de julho deste ano, 207 aeronaves foram interceptadas, o que representa quase uma por dia. A maioria dessas aeronaves suspeitas estava envolvida em tráfico de drogas ou voava em áreas proibidas, como a Terra Indígena Yanomami, cujo espaço aéreo foi fechado devido a ações contra o garimpo ilegal.

Entre os casos mais notórios está a interceptação de um Cessna 172 na fronteira com o Peru em 28 de julho. Após disparos de alerta, a aeronave foi incendiada por seus ocupantes, que fugiram após um pouso de emergência em Barcelos (AM). Nos destroços, foram encontrados 95 quilos de pasta base de cocaína e clorídrico de cocaína.

Embora o número de interceptações até 3 de julho seja menor que nos anos anteriores, o ano de 2021 registrou a maior quantidade de ações, com 1.147 operações entre janeiro e dezembro. A Aeronáutica atribui a redução das interceptações à eficiência em ações de inteligência e monitoramento.


E-99M

A FAB tem intensificado o uso de aeronaves E-99, equipadas com radares avançados, para melhorar o monitoramento do espaço aéreo. As abordagens seguem regras estabelecidas em um decreto de 2004, que prioriza ações contra o tráfico de drogas e ameaças à segurança.

Segundo a legislação, os pilotos militares devem inicialmente orientar as aeronaves suspeitas via rádio ou sinais visuais. Se as instruções forem ignoradas, são autorizados disparos de aviso com munição traçante para persuadir a tripulação a obedecer.

Em situações extremas, o piloto militar pode disparar contra a aeronave, que passa a ser considerada hostil. A FAB não informou se, nas 90 vezes em que foram necessários disparos desde 2019, algum avião foi atingido ou se foram apenas tiros de advertência.

Rondônia, Roraima, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo são os estados com maior número de operações este ano, devido à sua localização fronteiriça e ao envolvimento com tráfico de drogas e garimpo ilegal.

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