22 de mai. de 2025

Brasil foi usado como base para criação de espiões russos, revela investigação


Uma investigação do jornal The New York Times, divulgada nesta quarta-feira (21), revelou que a Rússia utilizou o Brasil como uma “fábrica de espiões”, onde agentes de inteligência russos criavam identidades falsas como cidadãos brasileiros para, posteriormente, se infiltrarem em países como Estados Unidos, Europa e Oriente Médio.

Segundo a reportagem, esses agentes, conhecidos como “ilegais”, apagavam seus passados russos e construíam novas vidas no Brasil, abrindo empresas, fazendo amizades e mantendo relacionamentos amorosos. Com documentos brasileiros autênticos, incluindo certidões de nascimento e passaportes, eles conseguiam estabelecer identidades verossímeis que lhes permitiam atuar em missões de espionagem no exterior.

A Polícia Federal brasileira, em colaboração com agências de inteligência de países como Estados Unidos, Israel, Holanda e Uruguai, conduziu a “Operação Leste” para desmantelar essa rede de espionagem. A investigação identificou pelo menos nove agentes russos com identidades brasileiras falsas. Um dos casos mais notórios foi o de Sergey Cherkasov, que usava o nome Victor Muller Ferreira e tentou se infiltrar no Tribunal Penal Internacional, na Holanda. Após ser barrado pela imigração holandesa, Cherkasov retornou ao Brasil, onde foi preso por uso de documentos falsos.

O uso do Brasil como base para criação de identidades falsas se deve, em parte, à aceitação internacional do passaporte brasileiro e à diversidade étnica do país, que facilita a integração de estrangeiros sem levantar suspeitas.

A revelação dessa operação levanta preocupações sobre a segurança nacional e a necessidade de reforçar os mecanismos de controle de identidade no Brasil para evitar que o país seja utilizado como plataforma para atividades de espionagem internacional.

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