A derrubada da Monarquia interrompeu um processo de integração social que estava começando, e colocou no poder justamente os grupos que mais odiaram a Lei Áurea.
Muito antes de 1888, Princesa Isabel já se envolvia pessoalmente no movimento abolicionista. Ela:
- financiava alforrias com seus próprios recursos;
- sustentava advogados e associações de defesa dos escravizados;
- apoiava líderes como André Rebouças e José do Patrocínio;
- oferecia auxílio direto a famílias libertas que buscavam ajuda na corte.
A Lei Áurea, quando veio, foi um ato objetivo e simples, libertar todos os escravizados, sem condições e sem indenizações aos senhores.
Isabel sabia que a abolição exigiria políticas sociais posteriores, e seus conselheiros próximos relataram que ela pretendia criar:
-vilas agrícolas para libertos,
-escolas técnicas,
-acesso à terra,
-alfabetização em massa,
-inclusão de negros no serviço público.
Mas ela nunca teve a chance de implementar esses planos. Quando seu pai morresse, ela se tornaria a primeira rainha constitucional do Brasil, e esse seria o momento em que o Estado passaria a agir.
Ela não teve tempo.
A República que derrubou a Monarquia não foi um movimento popular. Foi um golpe militar apoiado por setores escravocratas que ficaram revoltados com a abolição sem indenização. Esses mesmos grupos dominaram a política nacional entre 1889 e 1930 (a chamada República Velha).
E o que eles fizeram com os ex-escravizados?
1. Abandono total
A República não criou:
escolas para libertos,
políticas de moradia,
distribuição de terras,
incentivo ao emprego,
programas de alfabetização.
Nada
O pós-abolição republicano foi uma política de abandono deliberado, para não chamar de perseguição e vingança.
Criminalização dos pobres (Código Penal de 1890)
O primeiro Código Penal da República incluía “crimes” como:
vadiagem,
capoeiragem,
desordem.
Esses artigos eram usados para prender os libertos que viviam de trabalhos informais, ofícios populares, capoeira e bicos.
Era uma forma de controlar, punir e marginalizar a população recém-liberta.
Expulsão urbana: o “Bota-Abaixo” (1902–1906)
No Rio de Janeiro, a reforma urbanística inspirada em Paris demoliu:
cortiços,
casas populares,
habitações coletivas,
regiões inteiras onde libertos viviam.
Nenhuma alternativa de moradia foi oferecida. Isso empurrou milhares para os morros:
Morro da Providência,
Morro da Favela,
Morro de Santo Antônio.
Aqui nascem as primeiras favelas consolidadas da história do Brasil.
O fim dos projetos da Monarquia
Com a queda do Império, desapareceram:
as vilas agrícolas planejadas,
a distribuição de terras,
os projetos educacionais de Rebouças,
a inclusão de negros no Estado,
a possibilidade de um pós-abolição realmente civilizatório.
A República não só não continuou nada disso como fez o oposto:
reforçou o poder dos antigos senhores e aprofundou a segregação.
Antes de ficarmos revoltados com a situação do Nosso País, temos de lembrar porque estamos assim, e a resposta é clara: A República.
aO Brasil acabou 1889, somos vermes em um cadáver chamado Brasil, não existe lei, não existe povo, é cada um por sí.
As favelas do Brasil, especialmente no Rio de Janeiro, não surgiram “do nada”. Elas são consequência direta das decisões políticas tomadas depois da Proclamação da República.
— PaiCatólico 🇻🇦 (@Pai_estovir) November 20, 2025
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