24 de nov. de 2025

As favelas do Brasil, especialmente no Rio de Janeiro, não surgiram “do nada”. Elas são consequência direta das decisões políticas tomadas depois da Proclamação da República.


A derrubada da Monarquia interrompeu um processo de integração social que estava começando, e colocou no poder justamente os grupos que mais odiaram a Lei Áurea.

Muito antes de 1888, Princesa Isabel já se envolvia pessoalmente no movimento abolicionista. Ela:

- financiava alforrias com seus próprios recursos;

- sustentava advogados e associações de defesa dos escravizados;

- apoiava líderes como André Rebouças e José do Patrocínio;

- oferecia auxílio direto a famílias libertas que buscavam ajuda na corte.


A Lei Áurea, quando veio, foi um ato objetivo e simples, libertar todos os escravizados, sem condições e sem indenizações aos senhores.

Isabel sabia que a abolição exigiria políticas sociais posteriores, e seus conselheiros próximos relataram que ela pretendia criar:


-vilas agrícolas para libertos,

-escolas técnicas,

-acesso à terra,

-alfabetização em massa,

-inclusão de negros no serviço público.


Mas ela nunca teve a chance de implementar esses planos. Quando seu pai morresse, ela se tornaria a primeira rainha constitucional do Brasil, e esse seria o momento em que o Estado passaria a agir.

Ela não teve tempo.


A República que derrubou a Monarquia não foi um movimento popular. Foi um golpe militar apoiado por setores escravocratas que ficaram revoltados com a abolição sem indenização. Esses mesmos grupos dominaram a política nacional entre 1889 e 1930 (a chamada República Velha).


E o que eles fizeram com os ex-escravizados?

1. Abandono total


A República não criou:

escolas para libertos,

políticas de moradia,

distribuição de terras,

incentivo ao emprego,

programas de alfabetização.


Nada

O pós-abolição republicano foi uma política de abandono deliberado, para não chamar de perseguição e vingança.


Criminalização dos pobres (Código Penal de 1890)

O primeiro Código Penal da República incluía “crimes” como:


vadiagem,

capoeiragem,

desordem.


Esses artigos eram usados para prender os libertos que viviam de trabalhos informais, ofícios populares, capoeira e bicos.

Era uma forma de controlar, punir e marginalizar a população recém-liberta.

Expulsão urbana: o “Bota-Abaixo” (1902–1906)

No Rio de Janeiro, a reforma urbanística inspirada em Paris demoliu:

cortiços,

casas populares,

habitações coletivas,

regiões inteiras onde libertos viviam.

Nenhuma alternativa de moradia foi oferecida. Isso empurrou milhares para os morros:

Morro da Providência,

Morro da Favela,

Morro de Santo Antônio.

Aqui nascem as primeiras favelas consolidadas da história do Brasil.

O fim dos projetos da Monarquia

Com a queda do Império, desapareceram:

as vilas agrícolas planejadas,

a distribuição de terras,

os projetos educacionais de Rebouças,

a inclusão de negros no Estado,

a possibilidade de um pós-abolição realmente civilizatório.

A República não só não continuou nada disso como fez o oposto:

reforçou o poder dos antigos senhores e aprofundou a segregação.

Antes de ficarmos revoltados com a situação do Nosso País, temos de lembrar porque estamos assim, e a resposta é clara: A República. 

aO Brasil acabou 1889, somos vermes em um cadáver chamado Brasil, não existe lei, não existe povo, é cada um por sí.

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