18 de nov. de 2025

China adverte Japão e promete ‘derrota esmagadora’ caso Tóquio interfira na questão de Taiwan


Pequim — O Ministério da Defesa da China voltou a elevar o tom das críticas ao Japão ao afirmar, nesta sexta-feira (14), que qualquer tentativa japonesa de intervir militarmente na questão de Taiwan resultará em uma “derrota esmagadora” diante das Forças Armadas chinesas. A declaração foi feita pelo porta-voz do ministério, coronel sênior Jiang Bin, durante uma coletiva de imprensa em Pequim, aprofundando a crise diplomática desencadeada por comentários recentes da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi.

Segundo Jiang Bin, as observações da líder japonesa — que afirmou que uma ofensiva chinesa contra Taiwan poderia representar uma ameaça à sobrevivência do Japão, justificando o uso do direito de autodefesa coletiva — representam “grave interferência nos assuntos internos da China” e violam o princípio de Uma Só China, além de contrariar os acordos políticos firmados entre os dois países no pós-guerra.

O porta-voz classificou as declarações como “extremamente irresponsáveis e perigosas”, afirmando que enviam “sinais muito errados” às forças defensoras da independência de Taiwan. Jiang acrescentou que os comentários japoneses desafiam o sistema internacional estabelecido após 1945 e criam um impacto “muito negativo” na estabilidade da região.

Durante o pronunciamento, o coronel lembrou que 2025 marca os 80 anos da vitória chinesa na Guerra de Resistência contra a Agressão Japonesa e da restauração de Taiwan à soberania chinesa — marcos históricos frequentemente citados por Pequim para reforçar sua posição sobre o estatuto da ilha.

Reforçando o tom contundente, Jiang concluiu que, se o Japão “não tirar lições da história” e se arriscar a usar força militar em apoio a Taiwan, “pagará um preço alto” e enfrentará a determinação “inquebrantável” do Exército de Libertação Popular.

O governo japonês ainda não comentou a nova declaração, mas nos últimos dias tem reiterado que seguirá monitorando atentamente a situação regional e que suas políticas de segurança nacional estão alinhadas ao direito internacional e à proteção de sua própria soberania.

O episódio intensifica a tensão já crescente no Leste Asiático, onde a disputa em torno de Taiwan permanece como o principal ponto de fricção entre China, Japão e Estados Unidos

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Atenção:
Comentários ofensivos a mim ou qualquer outra pessoa não serão aceitos.