- O governo federal reduziu pela metade sua previsão de crescimento da economia brasileira em 2014 a 0,90 por cento, ante 1,8 por cento na previsão anterior, de acordo com o relatório bimestral de receitas e despesas, divulgado nesta segunda-feira pelo Ministério do Planejamento.
A estimativa para o desempenho da economia este ano, apesar da revisão para baixo, é muito melhor do que a projeção dos agentes econômicos ouvidos para o Boletim Focus do Banco Central, de crescimento de 0,3 por cento.
No relatório, elaborado também pelo Ministério da Fazenda, o governo manteve a previsão para a inflação deste ano em 6,20 por cento pelo IPCA, ante estimativa do Boletim Focus de 6,3 por cento.
A estimativa para receita líquida total foi reduzida em 10,5 bilhões de reais, para 1,084 trilhão de reais neste ano, mesmo com o governo elevando em 1,5 bilhão de reais a previsão das receitas com dividendos. "Houve queda em praticamente todas as projeções dos tributos", relata o documento.
Para compensar parcialmente a queda na estimativa de receita, o governo disse que irá sacar 3,5 bilhões de reais do Fundo Soberano do Brasil (FSB).
Com isso, a queda efetiva na projeção de receita passou a 7,041 bilhões de reais, valor que foi compensando com corte similar nas despesas primárias obrigatórias, que passaram a 667,7 bilhões de reais.
Os maiores cortes nas previsões de despesas ocorreram nas transferências do Tesouro Nacional para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), cujas dotações caíram para 9 bilhões de reais, ante 13 bilhões de reais previstos anteriormente, e nos subsídios, cortados em 3 bilhões de reais.
Num cenário marcado por arrecadação tributária estagnada, elevado peso das renúncias tributárias e baixos resultados fiscais entre janeiro e junho, o relatório das contas do governo não faz referência ao cumprimento da meta de 2014 de superávit primário de 99 bilhões de reais, equivalente a 1,9 por cento do PIB.
Em 12 meses encerrados em julho, essa economia para o pagamento dos juros da dívida pública estava em apenas 1,22 por cento do PIB, indicando a grande dificuldade do governo em atingir o alvo.
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