Rodrigo Viga Gaier - O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani, um dos caciques do PMDB fluminense, é alvo nesta terça-feira de um mandado de condução coercitiva em um desdobramento da operação Lava Jato que investiga um esquema de corrupção, associação criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
O desembargador federal Abel Gomes, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, ordenou a condução coercitiva de Picciani e de mais dois deputados estaduais, além de 10 prisões, atendendo a um pedido do Ministério Público Federal, informou o MPF em comunicado.
Procuradores do MPF afirmaram que há “demonstração cabal de ilícitos gravíssimos e até mesmo alguns em estado de flagrância”, e apontaram que Picciani e outros deputados do PMDB do Rio de Janeiro formam uma organização integrada ainda pelo ex-governador Sérgio Cabral, que já está preso, e que vem se estruturando de forma ininterrupta desde a década de 1990 para realizar “práticas financeiras clandestinas e sofisticadas para ocultar o produto da corrupção”.
Policiais Federais chegaram cedo à casa de Picciani na zona oeste do Rio nesta terça, mas não o encontraram em casa, segundo uma fonte da PF. De acordo com a TV Globo, Picciani estaria retornando de viagem e o mandado será cumprido assim que ele desembarcar na cidade ainda nesta terça-feira.
Essa é a segunda vez neste ano que Picciani é alvo de uma condução coercitiva no âmbito da Lava Jato, após ter sido levado em março para prestar esclarecimentos em uma outra operação, que investigava irregularidades no Tribunal de Contas do Estado.
Além do mandado contra o presidente da Alerj, um dos filhos de Picciani, Felipe Picciani, que gerencia uma empresa da família, foi alvo de um mandado de prisão. Jorge Picciani também é pai do atual ministro do Esporte do governo do presidente Michel Temer, Leonardo Picciani.
Outros investigados pela operação da PF no Rio são os deputados Paulo Mello, ex-presidente da Alerj, e Edson Albertassi, ambos do PMDB, além de empresários do setor de transporte coletivo no Estado.
Não foi possível fazer contato de imediato com os investigados.
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