13 de nov. de 2020

Ampliação de área plantada e maior incidência de pragas gera crescimento de 5% da área agrícola tratada com defensivos no 3º trimestre

Ampliação de área plantada e maior incidência de pragas gera crescimento de 5% da área agrícola tratada com defensivos no 3º trimestre


Em 2021, o Brasil colherá a maior safra de grãos de sua história. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção atingirá 268,7 milhões de toneladas, com crescimento de 4,2% sobre a produção anterior (255,7 milhões/t), que também foi recorde. Ainda de acordo com a Conab, 879,5 mil hectares serão incorporados à agricultura. Esse recorde é puxado pela soja, principal produto agrícola do país, cuja safra atingirá 124,8 milhões de toneladas (+7,13%), e pelo milho, segunda principal cultura, cuja produção alcançará 105,2 milhões de toneladas (+2,6%).

“A agricultura brasileira dá mais um exemplo de sua extrema competência. A cada ano, a produção aumenta com consistência. Vale ressaltar que a safra colhida este ano cresceu quase 11 milhões de toneladas de grãos em relação à anterior; na próxima safra serão mais 13 milhões de toneladas. Em dois anos, são 25 milhões de toneladas de grãos a mais. São mais alimentos para atender à demanda global, que se mantém aquecida, e também representa mais receita para o Brasil. Em 2020, as exportações de produtos agrícolas (exceto proteínas animais) deve superar US$ $ 70 bilhões”, destaca Júlio Borges Garcia, presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg).

Os dados encomendados pelo Sindiveg à consultoria Spark Inteligência Estratégia – a partir do estudo BIP (Business Inteligence Panel) – sobre a área plantada tratada com defensivos agrícolas no 3º trimestre de 2020 confirmam a expectativa de aumento da produção de grãos. “Foram tratados 10 milhões de hectares a mais do que no 3º trimestre de 2019. No total, foram 212,2 milhões de hectares contra 202,2 milhões de hectares no mesmo trimestre do ano anterior”, informa o dirigente.

Destaque para os herbicidas, que combatem as plantas daninhas – especialmente agressivas nesse período de preparação do plantio –, que representaram 51% do investimento em USD dos produtos aplicados, seguido por inseticidas (18%), fungicidas (15%) e tratamento de sementes (10%). Em relação as culturas, Soja (39%) e pastagens (19%) lideraram em termos de área tratada.

Em faturamento em dólar para defensivos aplicados nas lavouras, o 3º trimestre de 2020 apresentou queda de 18%, atingindo US$ 1,39 bilhão, informa o Sindiveg. Importante destacar que a desvalorização cambial está sendo um importante desafio para a indústria, que tem a maior parte de seus custos derivados da importação de insumos, sendo que a desvalorização acentuada e acelerada do Real, não permitiu o repasse integral do aumento destes custos ainda neste ano.  O presidente do Sindiveg, também lembra o importante papel das indústrias de defensivos agrícolas no financiamento da produção agrícola, destacando o aumento de prazos médios de recebimento que atingiram 240 dias em média. “Este é um exemplo de esforço do setor para garantir recursos suficientes para financiar o agricultor”, destaca Borges.

Área tratada cresce 7,1% no ano – O levantamento exclusivo do Sindiveg também mostra que a área tratada aumentou 7,1% (+59,67 mil hectares) entre janeiro e setembro de 2020 em comparação direta com o mesmo período de 2019. Destaque para o crescimento do uso de fungicidas e inseticidas, a partir do aumento dos desafios fitossanitários resistentes. Foram tratados 904,1 milhões de hectares (2020) contra 844,5 milhões/ha (2019).

Em termos de produtos, os inseticidas representaram 27% da área tratada, os herbicidas 24%, os fungicidas 17%, o tratamento de sementes 8% e outros 23%.

Em relação às principais culturas, a liderança é da soja (34% da área tratada total), seguida por milho (24%), algodão (15%), cana de açúcar (6%), pastagem (5%), feijão (4%) e HF (3%).

No acumulado do ano, Mato Grosso liderou em termos de área tratada, com 27%. Em seguida vêm São Paulo (14%), Mapitoba (11%), Paraná (10%), Rio Grande do Sul/Santa Catarina (10%), Goiás (8%), Minas Gerais (8%) e Mato Grosso do Sul (7%).

Principais culturas exigem novas tecnologias – O crescente desafio de doenças, pragas e plantas daninhas, inimigos que podem reduzir em até 100 milhões de toneladas a produção agrícola brasileira, exige o uso das mais modernas tecnologias disponíveis em defensivos agrícolas, incluindo soluções multisítio.

O levantamento do Sindiveg aponta crescimento de 3,4% da área cultivada de soja para a safra 2020/2021, com aumento do uso de tecnologias para combater os principais desafios (ferrugem asiática, percevejos, nematódeos e ácaros, entre outros problemas fitossanitários).

Quanto ao milho safrinha, verifica-se crescimento de 4% na área em relação à safra passada, com necessidade crescente do uso de novas tecnologias, especialmente contra sugadores, manchas foliares e tratamento de sementes.

Em relação à próxima safra de algodão, a expectativa é de recuo de 3% na área, porém maior necessidade de novas tecnologias para proteção e controle do cultivo contra bicudo e a ramulária.

“O aumento da produção agrícola em um país tropical, como o Brasil, cobra o seu preço. Nosso clima e temperatura são ideais para a disseminação de doenças, pragas e ervas daninhas cada vez mais resistentes e desafiadoras. Os defensivos agrícolas desempenham um papel essencial no controle desses inimigos, proteção dos cultivos e aumento da produção de alimentos”, assinala o presidente do Sindiveg.

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