6 de nov. de 2020

Presidente Trump assina nessa segunda decreto de reconhecimento da soberania de Israel sobre as Colinas de Golã


Yam Wanders - O presidente americano Donald Trump assinará um decreto reconhecendo a soberania israelense sobre as Colinas de Golã durante uma reunião na segunda-feira (24) com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em Washington, anunciou o governo de Israel.

Qual a importância das Colinas de Golã, que Trump quer reconhecer como território de Israel

“O presidente Trump assinará amanhã, na presença do primeiro-ministro Netanyahu, um decreto reconhecendo a soberania israelense sobre as Colinas de Golã”, escreveu no Twitter o ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, em referência ao território sírio conquistado por Israel na guerra dos Seis Dias de 1967.

Donald Trump anunciou na quinta-feira (21), em um tuite, que chegou o momento “para os Estados Unidos de reconhecerem plenamente a soberania de Israel sobre Golã, que tem uma importância estratégica para o Estado de Israel e a estabilidade regional”, rompendo assim com o consenso internacional e a posição de décadas da diplomacia americana no Oriente Médio.

O primeiro-ministro israelense agradeceu a decisão e escreveu no Twitter que “no momento em que o Irã busca usar a Síria como uma plataforma para destruir Israel, o presidente Trump reconhece com coragem a soberania israelense sobre as Colinas de Golã. Obrigado, presidente Trump!”.

Encontro entre líderes

Com a eleição de Israel marcada para daqui a apenas duas semanas, Netanyahu vai poder exibir seus laços estreitos com Trump, em visita aos Estados Unidos dias nesta segunda-feira.

A reunião do primeiro-ministro com Trump na Casa Branca pode ser ofuscada nos Estados Unidos pela liberação de detalhes de um relatório confidencial sobre a investigação de um possível conluio entre o presidente e a Rússia, durante a campanha eleitoral nos EUA em 2016.

Mas Netanyahu, que enfrenta uma possível acusação em três casos de corrupção e nega qualquer irregularidade, vai explorar para o seu público doméstico o encontro destacando o que ele chama de o mais forte vínculo entre um líder israelense e um presidente norte-americano, na história.

Antes de retornar na quinta-feira da longa viagem planejada, para a etapa final da corrida eleitoral, Netanyahu pode esperar uma calorosa recepção de Trump, junto com a primeira-dama, que também vai organizar um jantar para Netanyahu e sua esposa, Sara.

Trump ajudou a preparar o espetáculo para o seu aliado na quinta-feira, anunciando que havia chegado a hora de reconhecer a soberania israelense sobre as Colinas de Golã, território estratégico que Israel tomou da Síria na guerra do Oriente Médio de 1967 e anexou em 1981, em um movimento que não ganhou apoio internacional.

Colinas de Golã

Israel conquistou grande parte das Colinas de Golã, 1.200 quilômetros quadrados, durante a Guerra dos Seis Dias em 1967 e a anexou em 1981, mas a comunidade internacional nunca reconheceu a anexação.

Trump já rompeu com o consenso internacional ao reconhecer unilateralmente em dezembro de 2017 Jerusalém como capital de Israel.

O movimento do presidente sobre Golã foi amplamente visto em Israel, onde Trump é uma figura popular, como uma tentativa de fornecer um impulso eleitoral para Netanyahu, que pressionou por ainda outra mudança da política de longa data dos EUA em uma das regiões mais voláteis do mundo.

Trump já havia cumprido dois itens principais da lista de desejos de Netanyahu, reconhecendo a contestada Jerusalém como capital de Israel em 2017 e movendo a embaixada norte-americana de Tel Aviv para a Cidade Santa em maio passado.

Essas medidas enfureceram os palestinos, que querem Jerusalém Oriental, também capturada por Israel em 1967, como a capital de um Estado na Cisjordânia ocupada e Gaza. Também os coloca firmemente contra um plano de paz que Washington promete apresentar após a eleição israelense.

“Nunca tivemos uma ligação como essa entre o primeiro-ministro de Israel e um presidente americano”, disse Netanyahu, que usou a imagem de Trump em seus cartazes de campanha.

Para Trump, o abraço de Netanyahu ressoa com os evangélicos dos EUA, um núcleo eleitoral importante para o líder republicano, que vai buscar a reeleição em 2020.

Com informações da Agence France Presse via Redação Orbis Defense Europa.

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