Projeto concebido pela Agência Espacial Brasileira, com recursos destinados pela bancada federal de Santa Catarina, empregará nanossatélites para aplicação nos setores da defesa civil e do agronegócio
A proposta pretende dinamizar o setor espacial num segmento que, hoje, se destaca em vários nichos do mercado mundial: o de nanossatélites. O projeto tem início no Estado de Santa Catarina e será estendido às demais unidades da federação. Os resultados entregues na fase inicial serão úteis para vários setores, como energia, saneamento, gestão de águas e meio ambiente, entre outros. “A Constelação Catarina representa uma inovação no modelo de condução do Programa Espacial Brasileiro. É missão da AEB agregar atores e parceiros externos ao setor espacial, que trazem suas respectivas demandas e, ao mesmo tempo, contribuem com o aporte de recursos que ativam outras diversas cadeias produtivas em nosso país”, explica o diretor de Governança do Setor Espacial da AEB, Cristiano Augusto Trein.
Após a publicação da portaria, a próxima etapa será a formalização dos Acordos de Adesão ao Consórcio Catarina, com os parceiros que construirão, juntamente com a AEB, os artefatos espaciais. A Agência trabalha na formatação dos acordos e nas especificações técnicas dos satélites que integrarão a constelação. Eles começarão a ser fabricados ainda em 2021, e a previsão é que os lançamentos ocorram já a partir de 2022. O programa gera perspectivas de crescimento para o novo cenário de atividades espaciais – o chamado New Space – e proporcionará geração de empregos e oportunidades de renda e lucro para aqueles que investem no setor. Segundo o presidente da AEB, Carlos Moura, “as iniciativas da Agência visando encontrar meios de apoiar a região sul do país frente aos desafios de fenômenos meteorológicos extremos, como o ciclone bomba ocorrido em junho de 2020, logo encontraram eco nas diversas instituições catarinenses. Honrando a tradição inovadora do estado, convergiram os interesses e as capacidades técnicas e políticas, viabilizando esse primeiro exemplo de um programa setorial, complementar às tradicionais iniciativas espaciais brasileiras”.
Os recursos para implementação do projeto foram disponibilizados por meio de emenda parlamentar, destinada pela bancada federal do Estado de Santa Catarina, e serão descentralizados para que os primeiros parceiros possam ter acesso. São eles: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Santa Catarina (SENAI/SC), por meio do Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados; e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), por meio do Centro de Convergência de Tecnologias Aeroespaciais (SC2C.Aero) e o SpaceLab.
Em um nicho de mercado, como o de nanossatélites, é preciso ativar cadeias produtivas no desenvolvimento e produção de satélites, assim como no desenvolvimento de softwares, de sensores de solo, de aplicações e de novos modelos e negócios. O projeto espera atrair também parceiros como startups e incubadoras. “O Programa Constelação Catarina tem o foco muito claro em levar valor à sociedade. Os produtos e as aplicações que decorrerão da Constelação Catarina vão gerar capacidades novas, que podem ser entregues aos usuários qualificados”, conclui Cristiano Trein.
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