O evento aconteceu em Cuiabá e teve a presença de várias autoridades
Aconteceu, na úlitma terça-feira (24), o evento “Agro: Tecnologias e Aplicações Espaciais”, em Cuiabá (MT). Com o objetivo de demonstrar o uso das tecnologias relacionadas ao setor espacial, abrangendo a academia, o Estado e a sociedade, e o setor agropecuário, em conjunto, foram ministradas palestras, durante todo o dia, visando mostrar opções de expandir o agro de maneira sustentável e moderna, por meio da utilização de artefatos espaciais.
“Não temos dúvidas de que quem vai acelerar o uso de soluções satelitais no país é o agro e o setor privado. Avançar na tecnologia espacial não é só ir para o espaço, mas também se apropriar das tecnologias espaciais para melhorarmos o planeta”, disse o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim, que esteve presente na abertura do evento.
O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Moura, ressaltou a importância de utilizar as tecnologias espaciais para tornar o agro cada vez mais eficiente. “Nós fazemos essas visitas para entender as necessidades de cada estado. Agora, estamos aqui em Mato Grosso e existe muita demanda, mas com um déficit de conectividade. Podemos mudar essa realidade com as tecnologias espaciais. Podemos mover a economia e causar mais impacto. Hoje, descobriremos como os sistemas espaciais podem auxiliar no agronegócio, na agricultura de precisão”, comentou o presidente.
Na abertura, o diretor de Governança do Setor Espacial da AEB, Cristiano Trein, falou sobre o projeto Constelação Catarina e suas aplicações no agronegócio brasileiro. No decorrer de sua apresentação, comentou sobre como utilizar os satélites para monitoramento de safras e tornar mais eficaz a agricultura de precisão. “A primeira fase da Constelação Catarina trabalha com sensores de coleta de dados ambientais. É por isso que essa infraestrutura é útil para o agronegócio. É um programa que se baseia na soberania do nosso país, ao conhecer nosso território e trabalhar nele; e, também, gera cadeias de valor, emprego, renda e inclusão”, finaliza o diretor.
O painel foi encerrado com a palestra do coordenador de Inteligência Estratégica e Novos Negócios (DIEN/AEB), Henrique Nascimento, que demonstrou os projetos já produzidos pela Agência e sobre a revolução tecnológica no agro brasileiro. “A revolução trouxe diversos benefícios e, consequentemente, aumentou a produtividade em vários setores, de diversas formas. Houve a melhoria na utilização dos insumos, na redução dos custos e, hoje, procuramos atingir o Agro 4.0. Utilizando o máximo das tecnologias espaciais para o sensoriamento e a automação de processos, dessa forma, abrangemos a infraestrutura, a inteligência e o agricultor”, disse Henrique.
O olhar acadêmico
O professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Evandro Soares da Silva, disse que o evento é importante por trazer um intercâmbio entre o conhecimento acadêmico e do mercado. “A Agência teve uma excelente iniciativa em trazer o tema do agronegócio, setor tão forte no Mato Grosso, em uma perspectiva da academia, das startups e do incentivo governamental. É preciso reconhecer que precisamos, cada vez mais, buscar as parcerias entre essas áreas, pois assim podemos evoluir, não só no setor do agro, mas em mais outros. Sem dúvida, as tecnologias espaciais são o caminho para o futuro do agronegócio sustentável”, declarou o professor.
Alexandre dos Santos, professor do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), palestrou sobre as soluções baseadas em sensoriamento remoto para o agro. Durante sua fala, a pesquisa científica dos sensores para auxiliar nas tomadas de decisão do agricultor foi o ponto principal. Também focou em mostrar a relação do empreendedorismo científico e tecnológico com as pesquisas realizadas no Instituto. “Produzimos ciência com alto fator de impacto, que podem vir a resolver os problemas no mercado, fazendo a roda mover e beneficiar todos os setores da sociedade”, finalizou.
A professora do programa de pós-graduação em Física Ambiental da UFMT, Irimaia Jorge Cabral, comentou que as palestras da AEB foram assertivas para o programa da universidade, pois os estudantes já estavam pensando na possibilidade de produzir um satélite acadêmico para ajudar na coleta de dados meteorológicos. “Coletamos dados das florestas, pois a física ambiental visa, também, combater o desmatamento e mostrar ao agricultor como utilizar os recursos naturais sem destruir a natureza. O nosso objetivo é prevenir perdas maiores e, com os esclarecimentos da AEB, podemos aprender mais como usar os satélites para esse fim”.
O evento encerrou-se com o discurso do diretor de Gestão de Portfólio da AEB, Paulo Barros. “Foi muito bom ver que a missão da AEB, aos poucos, está sendo cumprida. Viemos saber mais sobre o Mato Grosso e o que ele precisa para que os negócios se tornem cada vez melhores. Um agradecimento a todos que aceitaram nosso convite para participar desse evento tão produtivo. Essa é a missão da Agência: fazer o Brasil crescer em tecnologia”, finalizou.
O evento foi uma parceria entre a Agência Espacial Brasileira (AEB), a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/MT), a Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (FIEMT), o Parque Tecnológico Mato Grosso, a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso (SECITECI) e outros.
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