Arthur Gimenes Prado - A administradora de um dos mais importantes e estratégicos aeroportos da América Central, o Tucumen, na Cidade do Panamá, resolveu levar à justiça a maior empresa na área de engenharia e indústria da construção na América Latina, a brasileira Odebrecht, envolvida em esquemas de corrupção desvendados pela Operação Lava-Jato da Polícia Federal.
De acordo com informações da Agence France-Presse (AFP), a Tucumen S.A está na justiça e quer um valor de US$ 20 milhões (aproximadamente R$ 104 milhões), por conta de um descumprimento contratual nas obras de ampliação do terminal do aeroporto, não tendo sido entregue no prazo celebrado em contrato, como afirma o gerente-geral da Tucumen, Raffoul Arab:
“A CNO (Construtora Norberto Odebrecht S.A.) descumpriu suas obrigações contratuais, ao não entregar o projeto no prazo acordado (prazo acordado: setembro de 2021 – obra entregue: junho de 2022), o que consequentemente significa que esta empresa (aeroporto), 100% propriedade do Estado panamenho, teve que incorrer em despesas extraordinárias atribuíveis à empreiteira“.
Vale pontuar que já em 2021, um pouco antes do término das obras, a administradora havia anunciado a rescisão do contrato com a brasileira por não cumprimento do contrato, medida que foi rejeitada pela Odebrecht por não haver ‘fundamento legal’.
Obras com início em 2012 e término previsto em 2021
A empreiteira brasileira iniciou as obras de construção no novo terminal do aeroporto em 2012 após ser a empresa vencedora de uma licitação aberta pelo Governo do Panamá.
As obras para implementação do novo terminal, que teria 116 mil metros quadrados, foram contratadas pelo valor de US$ 679 milhões, cerca de R$ 3,5 bilhões. Mas, por conta do atraso, o valor final descontado para o bolso do Estado panamenho foi de US$ 917 milhões, R$ 4,7 bilhões aproximadamente. Desde a entrega do terminal, ele abriga boa parte das operações da principal companhia do país, a Copa Airlines.
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