Consumo nos lares brasileiros subiu 7,23% em agosto, na comparação com o mesmo mês do ano passado, mostra Abras
Edu Garcia - A queda no preço dos alimentos da cesta básica nos últimos meses motivou o retorno do consumo das marcas que haviam sido abandonadas pelas famílias diante do aumento da inflação, afirma a Abras (Associação Brasileira de Supermercados).
Marcio Milan, vice-presidente da Abras, destaca a liberação do Auxílio Brasil de R$ 600 e a redução no preço dos combustíveis após o corte do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) como determinantes para o alívio no bolso dos consumidores.
"Essa redução faz com que todos os produtos baixem de preço e o consumidor volte a comprar aqueles que tinha abandonado por conta da renda menor. O óleo de soja é um exemplo, e agora isso mostra o consumidor em uma condição melhor", afirma Milan.
Somente no mês de agosto, o consumo nos lares brasileiros subiu 7,23%, ante o verificado no mesmo mês do ano passado, de acordo com informações apresentadas nesta quinta-feira (13). Os dados mostram ainda um aumento do consumo de proteína por pessoa para um nível superior ao do pior momento da pandemia.
Na percepção de Milan, a opção pelos substitutos cresceu durante a crise sanitária, o que reduziu de 30,6 kg para menos de 28 kg o consumo de carne vermelha no Brasil. Agora, ele prevê uma retomada do consumo também das carnes bovinas, até então substituídas por ovos e pela carne suína, que custam menos.
De acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o valor das carnes engatou, em setembro, a quarta queda consecutiva (-0,72%), com o barateamento de 13 dos 18 cortes pesquisados. Em agosto, a retração apurada foi de 0,53%.
No mês passado, a redução do preço das carnes, aliada à queda de 13,7% no do leite longa vida, foi determinante para a primeira retração mensal de preço dos alimentos desde novembro de 2021 (-0,04%).
Os números da Abras estão em linha com os da inflação oficial e mostram que o valor da cesta com os produtos mais comprados nos supermercados caiu 1,7%. O custo total de R$ 745,03, no entanto, ainda é 8,76% maior do que há um ano, quando o conjunto de itens custava R$ 675,73.
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