15 de mai. de 2018

Quando a máscara dos "isentões" cai: os casos de Leandro Karnal e Hélio Schwartsman



Rodrigo Constantino - Tem sido tema recorrente aqui desmascarar os tais “isentões”, aquela gente normalmente com fala mansa, postura moderada, que paira acima dessa disputa “ultrapassada” entre esquerda e direita, mas que, na prática, flerta é com a extrema esquerda mesmo. São os filhotes de Marina Silva, por exemplo, que reconhece o lado bom tanto do PT como do PSDB, e que veste o boné do MST, enquanto posa de moralmente superior.


Duas figuras que já foram apontadas aqui como ícones desse perfil resolveram rasgar a máscara de vez essa semana, e é sempre bom quando um “isentão” deixa seu lado extremista transparecer. Afinal, a transparência é o melhor remédio para esse mal mesmo. E foram os casos de Leandro Karnal e Hélio Schwartsman.

Karnal é o típico “filósofo de botequim”, que repete platitudes como se tivesse dito algo profundo e inovador, e que encanta uma elite abestalhada por aí. Algo que me remete ao Osho, aquele indiano tema do excelente documentário “Wild Wild Country”, na Netflix. Karnal, em que pese sua pose de moderado, é esquerdista mesmo, e isso ficou muito claro com sua postagem sobre a entrevista de Guilherme Boulos na Roda Viva:

Comecei a encarar a tarefa de pensar no meu voto de outubro. Acabo de assistir, com atraso , a entrevista de Guilherme Boulos , pré-candidato do Psol, no Roda Viva. Achei muito articulado, boa memória de dados e relação coerente entre sua concepção política e suas proposta. Ainda não localizei o programa do pré-candidato. Até minha publicação no face sobre o desabamento do Paiçandu entrou no debate. Gostei de muitas respostas e verei as entrevistas dos outros candidatos. Depois devo estudar ps programas de todos e suas biografias. Dúvida sobre o real: Boulos diz ( com toda razão) que não negociará com o MDB, por ser partido fisiológico. A ideia é coerente; na prática, sem ter apoio do Legislativo e do seu maior partido, repete-se a história de Collor e de Dilma, dois presidentes sem apoio da maioria no Congresso. Boulos reflete bem sobre nossas injustiças gritantes e aponta dados estarrecedores sobre nossas desigualdades. As soluções sempre são complexas. Em um mundo de respostas evasivas , Boulos disse coisas diretas e sem rodeios. Funcionariam? O Psol tem seis deputados. Planeja chegar a 12. Isto será suficiente? Estou começando a pensar para votar. Preciso saber mais sobre minha área: a educação. A entrevista me fez pensar. Adoro questionar meus valores.

Alguém que extraiu tanta coisa “interessante” da entrevista de um claro engodo, de um líder de um movimento criminoso que invade propriedades em nome da “justiça social”, de um pretenso Robespierre tupiniquim em pleno século XXI, não pode querer ser levado a sério depois, não tem como fingir que merece respeito.

Já Hélio Schwartsman banca sempre o ultra-racional imparcial, homem da ciência, que só busca fatos e rejeita qualquer ideologia. Mas o homem dá sempre um jeito de defender o PT, partido do qual já foi simpatizante no “passado”. Ele escreveu em sua coluna deste fim de semana:

Quando eu era jovem, Plutão figurava como nono planeta do Sistema Solar, o brontossauro ocupava a posição de segundo dinossauro favorito da garotada, e políticos do PT nunca apareciam nos escândalos de corrupção. Mas, como já observara Marx, tudo o que é sólido se desmancha no ar. […] Resta saber se o PT algum dia vai voltar a ser o partido que conheci na juventude.

Acabou comprovando que todo “isentão” não passa de um petista dissimulado, ao ignorar que o PT de sua juventude já era uma fraude, uma gente comunista totalitária que só não tinha roubado tudo que roubou porque não tinha o poder ainda, como o PSOL de hoje.

Um leitor resumiu bem: “Plutão nunca foi de fato um planeta; apenas se pensava que fosse; sempre foi um planetoide do cinturão de Kuiper. Brontossauro nunca foi de fato um dinossauro; apenas se pensava que fosse; sempre foi a mistura de um esqueleto de apatossauro com um crânio de casmossauro”. Da mesma forma, o PT nunca foi de fato um partido sério, mas sim uma seita ideológica e uma quadrilha disfarçada.

Esses são os nossos “imparciais”: gente que quer o velho PT de volta, ou que está prestando muita atenção no que uma figura como Boulos tem a dizer. Imaginem só se eles fossem de esquerda!!!

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