Pilotos da Força Aérea Afegã que escaparam para o Uzbequistão estão agora nos Emirados Árabes Unidos

Fernando Valduga - Um grupo de pilotos da Força Aérea Afegã (AAF) treinados pelos EUA que voaram em aeronaves militares para escapar para o vizinho Uzbequistão estão agora na Cidade Humanitária dos Emirados, nos Emirados Árabes Unidos.

O voo transportou um grupo de 175 pilotos, que foram então transferidos para uma base militar dos EUA em Abu Dhabi em 12 de setembro de 2021, disse o Representante Republicano dos EUA no Texas, August Pfluger, ao Wall Street Journal.

Este é o primeiro lote de pilotos de até 475, o que significa que a transferência deve levar várias ondas para que todo o grupo voe com segurança para fora do Uzbequistão. O objetivo final é que todos cheguem aos Estados Unidos.

Pfluger disse que a transferência segura dos pilotos foi o resultado de uma série de negociações tensas entre os Estados Unidos e o governo uzbeque, com este último enfrentando uma pressão crescente do Talibã para entregar o pessoal e as aeronaves afegãs.

Foi uma fuga angustiante para os pilotos afegãos que voaram do Afeganistão nos últimos dias antes de perder a guerra para o Talibã. As autoridades uzbeques informaram que 46 das 160 aeronaves da AAF deixaram o país, incluindo 11 aeronaves utilitárias Cessna C-208, 10 aviões de ataque leve A-29 Super Tucano e vários helicópteros, incluindo UH-60 Black Hawks.

Aeronaves da Força Aérea Afegã no Uzbequistão

Chegar ao Uzbequistão foi apenas o primeiro passo. Como temiam que abrigar refugiados afegãos não adoçasse as relações com os novos líderes do Afeganistão, o governo uzbeque buscou a ajuda dos Estados Unidos.

O Talibã disse que não vai prejudicar os militares que retornam ao Afeganistão para se juntar às forças de segurança renovadas do país.

No entanto, pilotos afegãos que falam inglês e treinados nos Estados Unidos se tornaram alvos especiais do Talibã muito antes da queda de Cabul. Em julho de 2021, quando os militares dos EUA começaram a se retirar, sete pilotos afegãos foram assassinados pelo Talibã.

Os pilotos militares afegãos são os principais alvos do Talibã, que não tem força aérea. Eliminar os pilotos da AAF prejudicará qualquer tentativa de criar uma força militar rebelde, pois os pilotos levam anos para treinar e são difíceis de substituir.

“Não foi um processo tranquilo, mas estou feliz por eles estarem em outro país”, comentou Pfluger.