O evento ocorreu nesta segunda-feira (20) e contou com a participação da Agência Espacial Brasileira (AEB)
O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Moura, participou do evento “Space Economy Leaders Meeting 2021”, realizado pelo G20, grupo das vinte maiores economias mundiais. O evento tem como foco aumentar a conscientização sobre os benefícios das atividades espaciais para a economia mundial, em particular dentro dos três pilares de atuação: pessoas, planeta e prosperidade. “Desde os anos 60, o Brasil adotou a cooperação internacional com o objetivo de promover a ciência e a capacidade tecnológica. Nós acreditamos que o país pode contribuir com conhecimentos científico e tecnológico relacionados ao retorno sustentável da humanidade para a Lua, por exemplo”, disse Carlos.
Um dos temas comuns nas conversas foi a preocupação com o crescimento sustentável da exploração espacial. Neste ano, o evento foi promovido pela Agência Espacial Italiana (ASI), que detém a presidência do G20. Para o presidente da ASI, Giorgio Saccoccia, a necessidade de ações que atendam às demandas dos países, mas não comprometam a exploração espacial no futuro, é um dos principais tópicos que devem ser abordados pelos países, assim como ações inclusivas. “Nós devemos cuidar das pessoas, investir em prosperidade. O tempo de agir é agora”, disse.
Carlos Moura concordou com a afirmação e realçou a preocupação do país para manter a integridade dos recursos da exploração espacial no futuro, uma demanda que se torna necessária com o advento do uso de nanossatélites. “Todos nós temos um papel importante em fomentar um ecossistema empresarial que vai permitir que startups do espaço cresçam e criem impacto social e econômico. Pensando estrategicamente, usando recursos de forma sábia, identificando parceiros, investindo na formação de capital humano e construindo um ecossistema inovador são passos na direção correta. E, no que tange a aproveitar os recursos com sabedoria, a preocupação da AEB refere-se à sustentabilidade e ao compartilhamento equitativo do espaço, uma vez que as posições orbitais e o espectro eletromagnético são limitados. Devemos abordar, com justiça, as constelações de órbita baixa que abrangem milhares de pequenos satélites”, realçou.
O presidente da AEB também evidenciou o esforço empreendido pelo país, com vistas a melhor proteger, preservar e desenvolver o rico e vasto meio ambiente brasileiro. Destacou o papel dos últimos lançamentos, em especial o Amazonia 1, o primeiro satélite de sensoriamento remoto óptico desenvolvido e produzido pelo Brasil. “Podemos ir mais longe, abordando de forma responsável os desafios ambientais, bem como integrando tecnologias brasileiras na cadeia global de suprimentos espaciais”, complementou.
Realizado em formato híbrido, com interações ocorrendo em Roma (Itália) e também virtualmente, o evento contou com a presença de representantes do Escritório das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Sideral (UNOOSA), da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), da Federação Internacional de Astronáutica (IAF) e dos presidentes das agências espaciais das 20 maiores economias do mundo: Brasil (AEB), México (AEM), Austrália (ASA), França (CNES), China (CNSA), Argentina (CONAE), Canadá (CSA), Alemanha (DLR), Índia (ISRO), Japão (JAXA), Coreia do Sul (KARI), Indonésia (LAPAN), Estados Unidos (NASA), Rússia (ROSCOSMOS), África do Sul (SANSA), Arábia Saudita (SSC), Turquia (TUA), Reino Unido (UKSA) e a Agência Espacial Europeia (ESA).
O encontro é dividido em dois dias: o primeiro, que ocorreu hoje (20), foi dedicado a conversas entre agências espaciais e organizações espaciais internacionais, e terminou com a partilha de algumas recomendações; o segundo dia, que ocorre amanhã (21), será dedicado a debates entre as lideranças das indústrias espaciais.
Clique aqui para acessar a programação do encontro.
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