19 de abr. de 2016

APÓS VISITAR BR-364, DEPUTADOS DA COMISSÃO DE OBRAS PÚBLICAS DA ALEAC GARANTEM IR ATÉ BRASÍLIA DIALOGAR COM O DNIT


Trecho entre Sena Madureira e Manuel Urbano. Segundo os engenheiros do Deracre, no local, houve deslocamento de terras causados por infiltrações no asfalto

Aleac - Atendendo à solicitação do presidente da Comissão de Obras Públicas, Transporte e Comunicação da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), deputado Jesus Sérgio (PDT), foi realizado na última quinta-feira (14) e sexta-feira (15) visitas aos trechos da BR-364 que cortam os municípios de Sena Madureira, Manoel Urbano, Feijó e Tarauacá.

Jesus Sérgio partiu de Rio Branco, na manhã da quinta-feria (14), acompanhado de engenheiros do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) e do Deracre e dos deputados que integram a Comissão: Raimundinho da Saúde (PTN), Luiz Gonzaga (PSDB), Jonas Lima (PT) e Gehlen Diniz (PP), os parlamentares constataram os pontos críticos da rodovia.

Jesus Sérgio preside a Comissão de Obras da Aleac
O presidente da Comissão, deputado Jesus Sérgio (PDT), explicou que a ideia é elaborar um relatório que será apresentado ao governo do Estado e aos parlamentares da bancada federal com a finalidade de buscar recursos para a recuperação dos trechos que apresentam problemas.

“Visitamos esses pontos que se encontram em condições ruins e os técnicos do Deracre e do DNIT alegaram que não há recursos para manutenção. Manutenção essa primordial para manter o tráfego. Nesse sentido, vamos elaborar um relatório e encaminhar ao governador e ao DNIT. Se possível iremos a Brasília junto à nossa bancada federal buscar recursos”, disse o pedetista.

Jesus Sérgio assegurou, ainda, que o objetivo da visita é fortalecer a viabilização de uma superintendência do DNIT no Acre. Atualmente a autarquia não tem esse status, o que, de certo modo, limita a administração.

Deputados da Comissão de Obras e Engenheiros do DNIT e DERACRE em vistoria a BR-364

Já o vice-presidente da Comissão, deputado Raimundinho da Saúde (PTN), salientou a importância da rodovia para o Estado. “É uma situação muito difícil a condição dessa BR. Temos mais de 300 mil pessoas que estão deixando de ter um atendimento como deveriam ter. Temos que fazer essas visitas para não ficarmos no disse me disse”, argumenta.

Para o engenheiro do Deracre Júlio Martins, que acompanhou a comitiva de parlamentares, o fator preponderante que explica as condições adversas da rodovia é a falta de manutenção. Ele assegurou que tudo aquilo que estava previsto nos convênios firmados com o governo federal foi cumprido.

“Foi firmado um convênio com o governo federal e assim como todo convênio tem um início e um fim. Procuramos fazer o nosso trabalho e dentro do que estava previsto executamos as obras. Em uma rodovia como essa, a manutenção é quase que imediata. E pelo entendimento que temos, o DNIT já começou o trabalho de manutenção, que é de fundamental importância para que ela permaneça trafegável”, disse o representante do Deracre.

Já o representante do DNIT, Tiago Caetano, afirmou que a falta de recursos para a manutenção da rodovia é a principal dificuldade encontrada pela autarquia. Ele explicou que os serviços emergenciais estão sendo desenvolvidos para evitar o fechamento da estrada.

Trecho apresenta afundamento lateral da pista. O problema é considerado frequente em todo o trecho Sena Madureira e Feijó

“Desde que assumimos a rodovia, o DNIT tem feito um planejamento de curto e longo prazo. O de curto prazo diz respeito à manutenção. A missão principal não é resolver o problema da BR, mas, sim, não deixá-la fechar. O DNIT tem lutado a todo custo para que isso não aconteça. Fora isso, estamos lutando para obter recursos para restauração da rodovia até o meio do ano, caso contrário, a BR poderá ficar intrafegável. Há necessidade de que seja elaborado um plano de trabalho para realizar processo licitatório até o final de maio para realização dos trabalhos de restauração, mas o que podemos concluir é a real necessidade de reconstrução de quase todos os trechos entre Sena Madureira e Cruzeiro do Sul”, salienta.

Trecho em que o DNIT está utilizando pedras "rachão" e pó de brita para manter a trafegabilidade

No trecho entre Tarauacá e Cruzeiro do Sul festá em andamento o trabalho de recuperação, pelo DNIT, realizado com pedra do tipo "Rachão" e pó de brita. Segundo informações do órgão, os recursos estão esgotando, correndo-se o risco de perde-se boa parte desse trabalho, caso não seja realizado a colocação de uma manta asfáltica sobre o trecho. "Percebe-se que pela análise prévia que o uso da brita é mais viável do que o cimento. Dificultando, inclusive, o desvio do cimento", explicou Jesus Sérgio.

Após analisar as obras, os parlamentares decidiram que se reunirão novamente com os técnicos do DNIT e Deracre na próxima quarta-feira (20), na sede do DNIT em Rio Branco. O objetivo é conhecer melhor os trechos já licitados e os que ainda esperam por licitação, além dos convênios firmados anteriormente.

Na visita à estrada que liga o Vale do Acre ao Vale do Juruá, os deputados vistoriaram ainda diversas obras em Feijó na sexta-feira (15). Nesse contexto incluem-se as ruas beneficiadas pelo Programa Ruas do Povo, a rodoviária intermunicipal, além do prédio do Instituto Sócio Educativo do Acre (ISE), que se encontra com as obras paralisadas há quase dois anos.


O que eles disseram:

Gehlen Diniz (PP)

“Eu vi os colegas falando que estava ruim, mas vindo até Tarauacá o que eu tenho a dizer para o povo acreano é: nós não temos BR-364. Temos de Rio Branco até Sena Madureira, mas que está em perigo também. É uma tristeza, dói na alma você ver a situação dessa rodovia que seria uma estrada de primeiro mundo, que consumiu R$ 2 bilhões e não temos rodovia. Isso aqui cabe uma CPI”.

Jonas Lima (PT)

“Eu já tinha me posicionado na Aleac que com a saída do Deracre a BR-364 não ia ser cuidada da forma que essa instituição cuidava. Eu quero parabenizar a preocupação do Parlamento estadual, que tem se empenhado para conhecer todo o processo de execução de obras na BR-364. Hoje, vir aqui e dizer que não temos BR é porque eles não conheciam essa estrada antes. Antes gastávamos 22 dias, 30 dias com os meus amigos caminhoneiros. Temos que reconhecer esse esforço político iniciado desde 2007 por essa BR”.

Luiz Gonzaga (PSDB)

“Esse pedido de CPI está feito desde o início do ano. Já temos sete assinaturas, falta somente uma. A situação não está boa, nunca tinha essa estrada do jeito que está. Está acabada. Acredito que depois disso vamos ter a oitava assinatura para instalarmos essa CPI”.

 

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