O laudo médico com um possível parecer favorável à prisão domiciliar pode ser o único trunfo de Hildebrando contra os sucessivos recursos do Ministério Público
Médicos do Acre recusam assinar laudo que mandaria Hildebrando para casa. Advogada teme que ele morra

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Hildebrando enfrenta graves problemas de saúde |
Pascoal é o único detento do país custodiado pelo estado, mas com todas as despesas médicas arcadas pela família. Ele está internado há 8 meses na Santa Casa de Misericórdia, onde, por decisão do próprio paciente, a comunicação está restrita aos filhos e à ex-esposa.
A juíza Luana Campos, de Execuções Penais, que há 13 meses determinou a prisão domiciliar de Hildebrando, deve analisar nesta terça-feira a indicação de três novos médicos. “Fizemos a opção por médicos do próprio estado, que trabalham no SUS. Queremos um exame fiel, isento, livre de quaisquer suspeitas”, informou Mirla Melo. Os nomes são escolhidos pela defesa do ex-coronel. A magistrada, de acordo com informações da advogada, precisa de uma avaliação de no mínimo três profissionais para se resguardar juridicamente caso seja confirmado que o detento necessita estar próximo da família.
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Mandado de segurança assinado pela Desembargadora Waldirene Cordeiro |
TJ nega recurso do MP
O laudo médico com um possível parecer favorável à prisão domiciliar pode ser o único trunfo de Hildebrando contra os sucessivos recursos do Ministério Público. Em decisão publicada no dia 4 deste mês, o Tribunal de Justiça, através da Câmara Criminal, arquivou o processo em que o MP, por meio de mandado de segurança, pedia que fosse refeito o exame criminológico no qual Hildebrando é considerado apto para voltar a conviver em sociedade. Os promotores alegaram que o ex-coronel é “altamente perigoso”. O arquivamento foi ordenado pela desembargadora Valdirene Cordeiro, presidente da Câmara Criminal, atendendo ao voto da relatora, desembargadora Maria da Penha.
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Médicos do Acre recusam assinar laudo que mandaria Hildebrando para casa |
Na Santa Casa
O ex-coronel, de 67 anos, sofre de hipertensão, diabetes, osteoporose e outras doenças oportunistas, e se nega a fazer uso de Morfina – narcótico de alto poder analgésico para aliviar dores severas.
“Sinceramente, tememos que ele vá a óbito”, afirma a advogada. Dois agentes penitenciários se revezam na ante-sala do apartamento 8, no segundo piso da Santa Casa. Por orientação da médica Eliena Silva, que assina as prescrições todos os dias, os agentes também devem auxiliar o paciente em situações de emergência, já que ele não consegue mais caminhar e, para evitar a Morfina, prefere usar doses contínuas de ansiolíticos como Rivotril. Hildebrando dorme bastante em razão do efeito do remédio e, em certos momentos, não consegue organizar o pensamento. A medicação Tramal, uma droga poderosa contra dor, já não faz efeito.
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