Camila Moreira - A economia brasileira iniciou o segundo trimestre praticamente estagnada, resultado bem abaixo do esperado mas interrompendo quase um ano e meio quedas depois de a produção industrial e as vendas no varejo apresentarem ganhos em abril.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), registrou variação positiva de 0,03 por cento em abril na comparação com março, em dado dessazonalizado.
Foi a primeira vez que o indicador ficou no azul após 15 meses de números negativos, mas frustrou a expectativa de analistas consultados pela Reuters de alta de 0,30 por cento.
"Ainda é cedo para cantar vitória. O fundo do poço da atividade econômica parece estar se aproximando, porém só deve ocorrer no terceiro trimestre", destacou a consultoria Rosenberg & Associados, em nota assinada pela economista-chefe Thais Marzola Zara.
Na comparação com abril de 2015, o IBC-Br caiu 5,75 por cento e em 12 meses acumula queda de 5,35 por cento, sempre em números dessazonalizados.
A contração da Produto Interno Bruto (PIB) desacelerou no primeiro trimestre deste ano, com queda de 0,3 por cento sobre o período imediatamente anterior, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Embora o país ainda sofra com a recessão, inflação elevada e desemprego em alta, alguns setores tiveram resultados positivos em abril, como a produção industrial, que apresentou avanço de 0,1 por cento, desempenho melhor do que o esperado.
As vendas no varejo voltaram a subir em abril, porém abaixo do esperado e ainda insuficiente para reverter a tendência de queda do setor. O volume do setor de serviços recuou 4,5 por cento sobre o mesmo mês do ano anterior, pior resultado para abril desde o início da série histórica em 2012.
Os economistas consultados na pesquisa Focus do BC vêm melhorando sua projeção para a economia neste ano, mas ainda veem forte contração de 3,60 por cento. Para 2017 a expectativa é de crescimento de 1 por cento.
O IBC-Br incorpora projeções para a produção no setor de serviços, indústria e agropecuária, bem como o impacto dos impostos sobre os produtos.
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