Ex-presidente José Sarney ao lado dos senadores Renan Calheiros e Romero Jucá, em Brasília |
Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) e do senador Romero Jucá (PMDB-RR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) sob a acusação de terem tentado obstruir a operação Lava Jato, segundo reportagem do jornal O Globo nesta terça-feira.
Os pedidos de prisão têm como base conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e um filho dele no âmbito de acordos de delação premiada com as autoridades da Lava Jato, e estão nas mãos do ministro do STF Teori Zavascki, de acordo com o jornal.
O Globo afirma que a fonte da informação é um interlocutor de um ministro do STF, que não foi identificado. Segundo a fonte citada pelo jornal, Renan, Sarney e Jucá planejavam derrubar toda a Lava Jato, que investiga um esquema bilionário de corrupção que envolve principalmente a Petrobras, empreiteiras e políticos.
As gravações feitas por Machado de conversas com seus ex-aliados do PMDB representam a maior crise até o momento do governo do presidente interino Michel Temer, que já perdeu dois ministros por conta do vazamentos dos áudios em menos de um mês de administração.
O senador Jucá perdeu o cargo de ministro do Planejamento ao ser flagrado supostamente sugerindo que uma troca no governo federal, com a saída da agora presidente afastada Dilma Rousseff, resultaria em pacto para frear os avanços da Lava Jato. Depois, Fabiano Silveira deixou o comando do Ministério da Transparência devido ao vazamento de declarações dele criticando a operação, em uma conversa com a presença de Renan.
Em sua delação, Machado também afirmou que pagou 70 milhões de reais em propina de contratos da Transpetro para Renan, Jucá e Sarney), entre outros líderes peemedebistas, segundo reportagens publicadas no fim de semana.
Os peemedebistas citados têm negado repetidamente qualquer irregularidade.
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