26 de ago. de 2020

Monitores do CVT-Espacial Augusto Severo (RN) criam startup para propagar ensino de tecnologias espaciais

A STARTUP COMERCIALIZA UM KIT EDUCACIONAL PARA APRENDIZAGEM DE CRIAÇÃO DE CANSAT PARA ADOLESCENTES BRASILEIROS


Como na vida de milhares de crianças e adolescentes potiguares, o Centro Vocacional Tecnológico Espacial Augusto Severo (CVT-Espacial), localizado no Rio Grande do Norte, foi agente de transformação na vida de Michelly Guedes, de 19 anos e estudante de ciência e tecnologia na UFRN.  Após se tornar monitora no “Dia Espacial”, Michelly se apaixonou pelas tecnologias espaciais e decidiu começar uma startup com um colega.

O Dia Espacial é uma oportunidade que os estudantes das escolas públicas do Rio Grande do Norte, e todo o Brasil, têm para conhecer e aprender na prática sobre a construção de satélites, rovers e lançamento de foguetes. Até dezembro de 2019, o CVT-E recebeu 3.611 crianças. As oficinas são divididas em missão espacial, missão robótica e missão de observação.

Foi em uma dessas oficinas que Michelly conheceu mais sobre a área espacial, e logo se tornou monitora desses alunos, e depois começou a ministrar as aulas práticas. Isso foi possível graças ao bom ensino e aplicação da ciência em sala de aula. Com esse conhecimento, a estudante começou a frequentar eventos, congressos e palestras e percebeu que o Brasil tinha um potencial muito grande para o ensino, e então surgiu a ideia, junto ao colega Pedro Alvarez, de criar a startup Space Educ.

“Acho que isso me firmou bastante na área tecnológica, porque apesar de eu fazer mecatrônica no IFRN, o CVT-E me abriu um novo leque de possibilidades, então juntou esse conhecimento do curso técnico de mecatrônica com as possibilidades que vi na área espacial e essa parte de empreendedorismo, e isso me ajudou a escolher tecnologia de um modo geral”, destacou Michelly.

Cansat é um satélite em formato e volume de uma latinha de refrigerante. É uma tecnologia que ajuda na introdução de crianças e adolescentes ao ensino do espaço, pois promove um contato mais próximo com quem executa. Com a Space Educ, o objetivo é levar um Kit Educacional para crianças que estão no final do ensino fundamental e início do ensino médio aprenderem a montar e lançar um cansat.

Pedro Alvarez, co-fundador do projeto, explica que depois que começaram a apresentar o produto em eventos, professores começaram a procurar para comprar e usar o método de ensino nas escolas. Ele revela que entrar na área espacial ajudou a abrir muitas portas profissionalmente. “A startup acabou favorecendo e nos dando oportunidade de conhecer várias autoridades na área, inclusive o ministro astronauta Marcos Pontes e o próprio presidente da AEB, a quem presenteamos com um de nossos cansats”, comemorou o jovem de 19 anos.

Para o presidente da AEB, Carlos Moura,  “o CVT-E Augusto Severo, em curto espaço de existência, mostrou que pode ser muito mais que um polo de motivação para a ciência e a tecnologia espaciais. O engajamento de instituições, professores e monitores tem despertado o espírito empreendedor.  Isso nos reforça a crença de que o Brasil pode ser forte também no mercado espacial”, destacou Moura.

CVT-Espacial Augusto Severo

O CVT-Espacial foi inaugurado em 13 de novembro de 2017, em parceria da AEB com o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) em Natal (RN). Além do aprendizado voltado para crianças e adolescentes, o Centro tem estrutura para capacitar pessoal técnico, facilitar a inserção social e qualificar professores, universitários e outros profissionais nos temas relacionados com as atividades espaciais.

Conheça as instalações do CVT-E neste vídeo disponível no canal do YouTube da AEB:



O CVT-Espacial representa um passo importante na modernização do processo educacional do país. Parte-se do princípio de que o aluno deve se deslocar do seu espaço comum de aprendizado e inserir-se em um novo ambiente, completamente integrado ao conceito de missão, onde ele terá a oportunidade de exercitar o comportamento coletivo, isto é, aprender pela dependência de seus companheiros de equipe na realização de uma meta pré-estabelecida. Como essa meta envolve a manipulação de tecnologia palpável, e não apenas a visualização de tarefas em uma tela de computador ou em folhas de papel, a aprendizagem se concretiza por meio do reforço a envolver todos os sentidos. Trata-se assim do princípio em que se aprende fazendo, cobrindo uma ampla gama de ciências naturais focadas na simulação de uma missão espacial.

Sobre a AEB
A Agência Espacial Brasileira é uma autarquia vinculada ao MCTI, responsável por formular, coordenar e executar a Política Espacial Brasileira. Desde a sua criação, em 10 de fevereiro de 1994, a Agência trabalha para viabilizar os esforços do Estado Brasileiro na promoção do bem-estar da sociedade, por meio do emprego soberano do setor espacial. Coordenação de Comunicação Social - CCS

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