23 de ago. de 2020

Venezuela pode vir se tornar uma base militar iraniana?


Oposição venezuelana adverte que Venezuela poderá vir a ser uma base militar do Irã e um risco para toda a região



A oposição venezuelana não vê com bons olhos e questionou a cooperação bilateral entre o governo ditatorial de Nícolas Maduro e o Irã, advertindo ainda que a Venezuela poderá vir a ser uma base militar do Irã e “um risco para toda a região” da América do Sul.

“O que as Forças Armadas devem entender é que o prolongamento da longa relação entre o Irã e a Venezuela poderá terminar na transformação da nossa pátria numa base militar iraniana”, disse o “comissário” contra o Terrorismo e o Crime Organizado, nomeado por Juan Guaidó.


Carlos Paparoni falava numa conferência de imprensa através da internet, durante a qual se referiu à denúncia feita quinta-feira (20) pelo Presidente da Colômbia, Iván Duque, de que a Venezuela teria chegado a um acordo com o Irã para comprar mísseis de médio e longo alcance, o que Caracas diz ser “uma infâmia” do vizinho governante.

“Sabemos que o Irã constrói sete modelos de mísseis distintos. Quando entendemos a capacidade de construção que tem o Irão sobre este tipo de armamento, e vemos a operação logística que tem existido entre o Irão e a Venezuela, esse tipo de aliança preocupa mais”, disse.

Carlos Paraponi frisou ainda que “a relação entre o regime de Maduro e o Governo iraniano põe em risco a segurança de todo o continente americano, porque facilita uma ponte aérea entre ambas as nações para realizar operações estratégicas, permitindo evadir sanções internacionais e desafiando a segurança da região”.

“O que mais preocupa é que Maduro financia e apoia todos os grupos terroristas, no âmbito das suas relações bilaterais”, frisou. Por outro lado, explicou que a oposição suspeita que a recente abertura do hipermercado iraniano Megasi tenha como propósito “cobrir ou desenvolver outro tipo de exercício, a justificação para a chegada de barcos cargueiros”.


“Nicolás Maduro não é apenas uma ameaça para os venezuelanos, é um risco para toda a região da América latina. Quando vemos as relações que tem com o Irã, o Exército de Libertação Nacional (ELN, da Colômbia) e o Hezbollah, converte-se em uma ameaça para toda a região”, disse.

Segundo a oposição, a cooperação entre o Irã e Venezuela tem um valor estimando na casa dos US$ 40 bilhões, mais que o assinado com países da região. “Nos últimos meses, a Venezuela entregou, apenas para combustível, nove toneladas de ouro. Isso representa uns US$ 500 milhões. Falamos de um sobre-preço de mais de 250%”, explicou.

O presidente da Colombiano denunciou quinta-feira (20) à televisão estatal colombiana que o Irã e a Venezuela estão aumentando suas cooperações militares. “Há informações de ‘organismos de inteligência’ internacionais que mostram que há interesse da ditadura de Maduro em adquirir mísseis de médio e longo alcance através do Irã. A informação é que os mesmos ainda não chegaram”, disse.


Por outro lado, explicou que segundo os serviços de informação colombianos “oficiais da Guarda Nacional (polícia militar) venezuelana estão triangulando armas de países como a Rússia ou a Bielorrússia para estruturas criminosas colombianas, além da fronteira”.

O ministro venezuelano da Defesa, Vladimir Padrino López reagiu à denúncia e acusou, através do Twitter, Iván Duque de tentar a “desviar de novo a atenção para a Venezuela, lançando como isca a estratégia do ‘falso positivo’ (coisa que parece o que não é), aproveitando-se da situação geopolítica”.

Por outro lado, o ministro venezuelano de Relações Exteriores, Jorge Arreaza, acusou, na mesma rede social, Iván Duque de “voltar às infâmias e à ficção anti-venezuelana para distrair a opinião pública”.

Com informações do Diário de Notícias (PT)

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