19 de jul. de 2021

Agência Espacial Brasileira investe na missão científica NanoMIRAX

O nanossatélite levará sensores para pesquisas sobre explosões cósmicas associadas a ondas gravitacionais

A Agência Espacial Brasileira (AEB) repassou R$ 1.740.000,00 para o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) prosseguir com a missão NanoMIRAX, um projeto de pesquisa composto pelo experimento LECX (Localizador de Explosões Cósmicas de Raios-X), que consiste na detecção de explosões cósmicas, como rajadas de raio gama (GRBs) ou raio-X. A carga útil do nanossatélite é constituída por uma câmera com 4 detectores de raios-X e 3 placas eletrônicas para demonstração tecnológica. “Trata-se do primeiro satélite brasileiro na área de astronomia, ou seja, o primeiro satélite desenvolvido no Brasil para estudar o universo e os astros”, disse João Braga, pesquisador da Divisão de Astrofísica (DIAST) do INPE.

O presidente da AEB, Carlos Moura, realçou a importância desse repasse. “A Agência sente-se orgulhosa em participar dessa missão. O INPE, que desde os anos 60, desbrava fronteiras do conhecimento espacial, certamente poderá avançar ainda mais, aproveitando-se do potencial e do reduzido custo das pequenas plataformas satelitais”, disse.

O projeto encontra-se na fase de desenvolvimento do modelo de voo, ou seja, o modelo de engenharia já foi desenvolvido e testado. Agora, o modelo de voo será construído, integrado e testado para ficar preparado para o lançamento. “Os recursos provindos da AEB vão exatamente propiciar o desenvolvimento do modelo de voo, porque vão permitir a compra de subsistemas e pagamento de serviços que viabilizarão a montagem, integração e testes do modelo de voo do NanoMIRAX”, continuou João.

O coordenador de Satélites e Aplicações da AEB, Rodrigo Leonardi, ressaltou como projetos de nanossatélites são muito importantes para a Agência atualmente. “A Agência Espacial Brasileira vem acompanhando uma tendência tecnológica mundial de miniaturização de sistemas espaciais. O NanoMIRAX se destaca por ser um satélite voltado para a astronomia, que produzirá ciência de qualidade utilizando uma plataforma de nanossatélite”, afirmou.

“No caso de projetos como o nanoMIRAX, a importância está no desenvolvimento de plataformas de nanossatélites com alto percentual de nacionalização e no desenvolvimento de experimentos científicos de baixo custo e alta competitividade”, ressaltou o pesquisador do INPE, João Braga.

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