2 de abr. de 2022

PL cresce na janela partidária e vira maior bancada da Câmara

Deputados bolsonaristas migraram em peso para o partido do presidente da República, Jair Bolsonaro; União Brasil tem a maior perda

                         Augusto Fernandes e Sarah Teófilo, do R7, em Brasília

          Evento do PL em Brasília, no fim de março, estimulou a filiação de mais políticos ao partido

             FÁTIMA MEIRA / ESTADÃO CONTEÚDO / 27.03.2022

Terminou nesta sexta-feira (1°) o prazo da janela partidária, período em que deputados federais puderam trocar de partido para concorrer às eleições sem perder o mandato. O processo teve início em 3 de março. Ao longo dos 30 dias que os parlamentares tiveram para escolher uma nova legenda, mais de 100 mudanças foram registradas. O destaque ficou por conta do crescimento do PL, que se tornou o partido com a maior bancada da Câmara.

Até a publicação desta reportagem, o R7 tinha confirmado 119 mudanças. Este número corresponde a 23% dos 513 deputados federais. As informações foram coletadas nas redes sociais dos parlamentares e por meio das assessorias de imprensa dos deputados, bem como nas páginas oficiais dos partidos e no site da Câmara. 

O ingresso de mais deputados ao PL se deu principalmente por conta da filiação do presidente Jair Bolsonaro à sigla. Boa parte da bancada do antigo PSL — hoje União Brasil, após fusão com o DEM — que se elegeu com o chefe do Executivo em 2018 o acompanhou. Durante a janela partidária, o PL perdeu 12 deputados, mas ganhou 43 novos parlamentares, sendo 27 do União.

Antes do intervalo para que os deputados mudassem de partido, o PL era o terceiro com mais filiados na Câmara, ao lado do PP, com 42 deputados. Agora, lidera com sobra. Em segundo, estão o PT e o próprio PP, ambos com 55.

“Estamos muito felizes com o crescimento fantástico do partido e de estar construindo um dos maiores partidos do Brasil. Na Câmara, a nossa posição passa a ser extremamente importante. Sem dúvidas, isso vai refletir nas urnas. O partido cresce de forma consistente”, analisou o deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), líder da sigla na Câmara.

Além do PL, dois partidos que devem apoiar a candidatura de Bolsonaro à reeleição tiveram resultados significativos durante a janela partidária: o PP e o Republicanos. As siglas foram as que mais tiveram adições depois do PL. Enquanto 15 deputados decidiram se filiar ao PP, 16 escolheram o Republicanos.

Além de ver a expansão da sua bancada, o PP teve poucas perdas durante o período de mudanças. Apenas Capitão Derrite (SP) e Ricardo Izar (SP) saíram da legenda. Contudo, eles migraram para PL e Republicanos, respectivamente. O Republicanos se despediu de cinco parlamentares, mas três deles foram para o PL, como o ex-ministro da Cidadania João Roma.

União Brasil tem a maior baixa

A janela partidária foi bastante negativa para o União Brasil. Antes, o partido tinha 82 deputados e era o maior da Câmara. Ao longo do período de trocas, a legenda perdeu quase metade dos filiados, se despedindo de 36 parlamentares. Agora, tem 46 deputados e é a quarta maior bancada.

Como dito anteriormente, a maioria desses parlamentares foi para o PL. Outros partidos que receberam deputados do União foram Republicanos, PTB, PSD, PSDB, PSC, Pros, PP e MDB.

O PTB também passou por alterações expressivas, vendo a sua bancada diminuir 70%. Antes da janela, o partido contava com 10 deputados. Agora, tem somente três. Nesse intervalo, nove parlamentares deixaram a sigla e apenas dois se filiaram.

As demais siglas não tiveram grandes surpresas, mas partidos tradicionais da política nacional ou perderam filiados ou tiveram um crescimento tímido. O PSDB, por exemplo, tinha 29 deputados, mas terminou a janela partidária com 25. Ao longo do processo, seis saíram e dois entraram.

Já o MDB, que tinha 34 parlamentares, agora tem 39 (perdeu um e ganhou seis). O PT, por sua vez, passou de 54 para 55 (perdeu um e ganhou dois).

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