BRASÍLIA – O Acre poderá ser o projeto-piloto da série de reforços que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) oferecerá às suas unidades estaduais e às ações de cooperação internacional. A idéia foi lançada nesta quarta-feira pelo seu presidente, Pedro Arraes, durante reunião na qual agradeceu o apoio do deputado Fernando Melo (PT-AC) à suplementação orçamentária da estatal.
Reunido um dia antes com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Arraes debateu exatamente a situação do acesso dos produtores aos recursos tecnológicos oferecidos pela Embrapa.
– A pesquisa é concentrada, não capilar, por isso temos necessidade de oferecer treinamento geral para grandes e pequenos produtores – disse. Reconheceu e comentou a realidade no setor, ao revelar que “muitos produtores do entorno dos centros de pesquisa desconhecem esses recursos”.
Segundo Arraes, a Embrapa pretende ampliar a sua atuação no País, paralelamente às suas ações de cooperação internacional. Formará parceiros em competências reconhecidas no Brasil e no exterior, por meio da Embrapa Estudos Estratégicos e Capacitação. A nova empresa surgiu este ano, possuindo atualmente 154 cursos em andamento, atendendo a demandas da agricultura tropical – reiterou Arraes.
– Meu mandato se encerra, mas não termina o meu apoio à Embrapa e as suas boas causas nacionais – a transferência de tecnologias à agricultura familiar, por exemplo – afirmou o deputado.
“Gargalo é a organização comunitária”
Para o chefe da Embrapa-AC, Judson Valentim, a organização das comunidades nascidas de projetos de assentamento se transformou num grande gargalo para a pesquisa, já que absorve pessoas vindas de diferentes regiões. A Universidade Federal do Acre e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) serão os grandes parceiros da instituição.
– Temos 22 municípios e todos serão atendidos. Avançamos: o Senar já capacitou 500 operadores de microtrator – disse. A Embrapa-AC recebeu e já colocou em campo 122 microtratores, parte de uma emenda individual do deputado Fernando Melo ao orçamento geral da União, no valor aproximado de R$ 7 milhões.
Valentim acredita no “total envolvimento” das prefeituras na instalação de pontos de acesso da internet, a fim de possibilitar a distribuição dos recursos tecnológicos a todos os produtores, “mesmo sem a presença dos doutores”. Ao lado dele, o presidente da OCB no Pará, Ernandes Raiol da Silva lembrou que 11 estados e o Distrito Federal cabem no Pará, estado onde o doutorado também ainda está distante do produtor.
– Fui buscar parcerias na Universidade Federal Rural da Amazônia, na Universidade Federal do Pará e na Embrapa – comentou. Já o presidente da OCB-AC, Valdemiro Rocha, defendeu a produção organizada por associações, em parceria com o Senar, para que o Acre chegue a ser “de fato” um modelo amazônico.
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