Ao assumir o cargo de ministro da Defesa, Celso Amorim terá que lidar com um problema recorrente no extremo-oeste do país: um grupo paramilitar peruano invadiu o território brasileiro, na fronteira do Acre com o Peru, na área dos índios isolados, onde a Funai (Fundação Nacional do Índio) mantém a Frente de Proteção Etnoambiental do Rio Envira.
A Polícia Federal realizou nesta sexta-feira (5) a operação com uso de helicóptero no igarapé Xinane, onde a Funai mantém uma base, mas conseguiu prender apenas o português Joaquim Antonio Custodio Fadista, de 57 anos.
Fontes da Superintendência da Polícia Federal no Acre confirmaram a operação, mas assinalaram que não podem se manifestar a respeito dela.
- O assunto é sensível porque envolve a segurança nacional e a relação dos dois países. Aguardamos autorização de Brasília para divulgar relato e imagens da operação - disse uma das fontes da PF.
O sertanista José Carlos dos Reis Meirelles contou que a operação foi muito rápida e todos que dela participaram já se deixaram a fronteira.
- Já que ninguém deste Estado brasileiro se dispõe a ficar aqui, tomamos a decisão, Carlos Travassos, coordenador dos isolados, Artur Meirelles, coordenador da Frente de Proteção Etnoambiental, eu, e dois mateiros nossos, Marreta e Chicão, de vir pra cá. Fomos deixados pelo helicóptero da operação - relatou o sertanista.
Em março, o português Joaquim Fadista foi detido pelo pessoal da Frente de Proteção Etnoambiental por tráfico internacional de droga. Entregue à PF, foi extraditado, mas voltou para a região.
Fadista já era procurado pela Polícia Nacional Peruana por tráfico de drogas quando foi preso pela primeira vez. Na ocasião, ao ser abordado, jogou no leito do Rio Envira uma mochila contendo supostamente 20 quilos de cocaína.
Mensagem do sertanista
Direto da base da Funai, José Carlos dos Reis Meirelles enviou uma mensagem sobre a operação da Polícia Federal. Segundo o sertanista, o traficante português voltou com um grupo de pessoas cuja quantidade é desconhecida.
Eis o relato do sertanista:
“A todos companheiros de luta e família,
Como o tempo é curto e é muita gente, me desculpem misturar familiares e trabalho.
Como todos sabem a nossa base do Xinane foi invadida por um grupo paramilitar peruano, onde foi preso por uma operação da polícia federal, um único integrante. O famoso Joaquim Fadista, que já tinha sido pego aqui por nosso pessoal, foi extraditado e voltou. Com um grupo de pessoas cuja quantidade não sabemos.
A operação foi muito rápida e hoje todo mundo foi embora. Nossa base ficou só de novo.
Já que ninguém deste Estado brasileiro se dispõe a ficar aqui, tomamos a decisão, Carlos Travassos, coordenador dos isolados, Artur coordenador da frente, Eu, e dois mateiros nossos, Marreta e Chicão, de vir prá cá.
Fomos deixados pelo helicóptero da operação.
Os caras ainda estão por aqui. Correram quando o helicóptero chegou. Rasto fresco e cortado de hoje. Se o povo da PF ou exercito estivesse aqui a gente pegava todo mundo.
Mas parece que as coisas não são bem assim. Talvez se esse grupo tivesse invadido algum canteiro de obra o PAC, metade do exército já estaria lá.
Mas como é uma basezinha da Funai, área de índios isolados…
O fato é que aqui ficaremos até que alguém ache que uma invasão do território brasileiro por um grupo paramilitar peruano, é algo que mereça atenção.
Somos irresponsáveis. Talvez. Mas antes de tudo existe um compromisso maior com os índios isolados e os contatados nossos vizinhos Ashaninka.
Não temos resposta pra tudo isso. Mas estamos bem perto das perguntas.
Permaneceremos aqui. E nem venham nos buscar para abandonar a base de novo e nem venham aqui passar dois dias.
Se vierem venham pra resolver o problema.
Caso contrário, a gente mesmo vê o que faz.
Um abraço a todos”
A Polícia Federal realizou nesta sexta-feira (5) a operação com uso de helicóptero no igarapé Xinane, onde a Funai mantém uma base, mas conseguiu prender apenas o português Joaquim Antonio Custodio Fadista, de 57 anos.
Fontes da Superintendência da Polícia Federal no Acre confirmaram a operação, mas assinalaram que não podem se manifestar a respeito dela.
- O assunto é sensível porque envolve a segurança nacional e a relação dos dois países. Aguardamos autorização de Brasília para divulgar relato e imagens da operação - disse uma das fontes da PF.
O sertanista José Carlos dos Reis Meirelles contou que a operação foi muito rápida e todos que dela participaram já se deixaram a fronteira.
- Já que ninguém deste Estado brasileiro se dispõe a ficar aqui, tomamos a decisão, Carlos Travassos, coordenador dos isolados, Artur Meirelles, coordenador da Frente de Proteção Etnoambiental, eu, e dois mateiros nossos, Marreta e Chicão, de vir pra cá. Fomos deixados pelo helicóptero da operação - relatou o sertanista.
Em março, o português Joaquim Fadista foi detido pelo pessoal da Frente de Proteção Etnoambiental por tráfico internacional de droga. Entregue à PF, foi extraditado, mas voltou para a região.
Fadista já era procurado pela Polícia Nacional Peruana por tráfico de drogas quando foi preso pela primeira vez. Na ocasião, ao ser abordado, jogou no leito do Rio Envira uma mochila contendo supostamente 20 quilos de cocaína.
Mensagem do sertanista
Direto da base da Funai, José Carlos dos Reis Meirelles enviou uma mensagem sobre a operação da Polícia Federal. Segundo o sertanista, o traficante português voltou com um grupo de pessoas cuja quantidade é desconhecida.
Eis o relato do sertanista:
“A todos companheiros de luta e família,
Como o tempo é curto e é muita gente, me desculpem misturar familiares e trabalho.
Como todos sabem a nossa base do Xinane foi invadida por um grupo paramilitar peruano, onde foi preso por uma operação da polícia federal, um único integrante. O famoso Joaquim Fadista, que já tinha sido pego aqui por nosso pessoal, foi extraditado e voltou. Com um grupo de pessoas cuja quantidade não sabemos.
A operação foi muito rápida e hoje todo mundo foi embora. Nossa base ficou só de novo.
Já que ninguém deste Estado brasileiro se dispõe a ficar aqui, tomamos a decisão, Carlos Travassos, coordenador dos isolados, Artur coordenador da frente, Eu, e dois mateiros nossos, Marreta e Chicão, de vir prá cá.
Fomos deixados pelo helicóptero da operação.
Os caras ainda estão por aqui. Correram quando o helicóptero chegou. Rasto fresco e cortado de hoje. Se o povo da PF ou exercito estivesse aqui a gente pegava todo mundo.
Mas parece que as coisas não são bem assim. Talvez se esse grupo tivesse invadido algum canteiro de obra o PAC, metade do exército já estaria lá.
Mas como é uma basezinha da Funai, área de índios isolados…
O fato é que aqui ficaremos até que alguém ache que uma invasão do território brasileiro por um grupo paramilitar peruano, é algo que mereça atenção.
Somos irresponsáveis. Talvez. Mas antes de tudo existe um compromisso maior com os índios isolados e os contatados nossos vizinhos Ashaninka.
Não temos resposta pra tudo isso. Mas estamos bem perto das perguntas.
Permaneceremos aqui. E nem venham nos buscar para abandonar a base de novo e nem venham aqui passar dois dias.
Se vierem venham pra resolver o problema.
Caso contrário, a gente mesmo vê o que faz.
Um abraço a todos”
Blog do Altino Machado/Blog da Amazônia
Nota do Blog: Segurança Nacional? Que segurança estão falando?
Nota do Blog: Segurança Nacional? Que segurança estão falando?
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