Por Lidia Kelly e Pavel Polityuk/ MOSCOU/KIEV - O presidente russo, Vladimir Putin, pediu e conseguiu neste sábado a aprovação de seu Parlamento para invadir a Ucrânia, onde as suas tropas aparentemente já tomaram a península da Crimeia, rejeitando apelos ocidentais para contenção.
Conversas sobre confronto ou guerra total se espalharam rapidamente por toda a Ucrânia, com manifestantes pró-Moscou levantando a bandeira da Rússia em prédios do governo em várias cidades e políticos antirussos pedindo mobilização.
O primeiro-ministro da Ucrânia, Arseniy Yatseniuk, disse que uma intervenção militar russa levaria à guerra e ao fim de qualquer relação com Moscou. Ele pediu uma solução política.
A afirmação aberta de Putin sobre o direito de enviar tropas para um país de 46 milhões de habitantes na Europa Central criou o maior impasse entre a Rússia e o Ocidente desde a Guerra Fria.
A medida também rejeita o apelo de líderes ocidentais por uma não intervenção russa, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que na véspera pronunciou um discurso transmitido pela televisão para avisar Moscou das consequências de uma eventual ação.
Tropas sem identificação, mas claramente russas - algumas em veículos com placas registradas na Rússia - já tomaram a Crimeia, uma península isolada no Mar Negro onde Moscou tem uma base militar. As novas autoridades de Kiev não têm sido capazes de intervir na região.
O Ocidente pediu uma resposta, mas até agora isso tem sido limitado a palavras de raiva de Washington e seus aliados europeus. Uma autoridade dos EUA disse que o secretário de Defesa norte-americano, Chuck Hagel, conversou com o seu homólogo russo, Sergei Shoigu. O funcionário disse que não houve mudança de postura militar dos EUA.
A chefe de Relações Exteriores da União Europeia, Catherine Ashton, afirmou que a aprovação russa para o uso da força na Ucrânia representava uma escalada injustificada e exortou Moscou a não enviar tropas ao país vizinho.
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