Kim Jong-un e Donald Trump. LUCAS JACKSON – REUTERS
Há frases que definem uma presidência. Outras que marcam um momento histórico. E algumas que simplesmente retratam quem as pronuncia. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não pôde evitar ser ele mesmo na noite se terça-feira, 2 de janeiro – e, ante sua maior responsabilidade, a gestão de uma crise nuclear, responder ao seu arqui-inimigo norte-coreano com uma afirmação que mostra claramente sua forma de ver o mundo. “Kim Jong-un disse que o ‘botão nuclear está sobre sua mesa o tempo todo’. Alguém desse regime debilitado e faminto pode avisar a ele que eu também tenho um botão, mas que o meu é muito maior e poderoso, e que o meu funciona?”, disse o presidente no Twitter.
Suas palavras eram uma resposta tardia às declarações feitas na segunda-feira pelo tirano da Coreia do Norte, que reiterava que seu país, embarcado numa vertiginosa corrida armamentista, já era um Estado nuclear com um “forte poder” de dissuasão.
“Todos os Estados Unidos estão ao alcance de nossas armas nucleares, e um botão nuclear está sempre sobre minha mesa. Essa é a realidade, não uma ameaça”, afirmou Kim Jong-um num discurso, cujo eixo, porém, foi a abertura de uma via de diálogo para que uma delegação do Norte possa participar dos Jogos Olímpicos de Inverno que o Sul organiza. Uma iniciativa que poderia contribuir para uma aproximação, mas à qual Trump não quis dar ouvidos. Ao contrário: preferiu lançar um ataque verbal que confirma uma das características de sua personalidade: responder a qualquer desafio com outro maior.
Não é a primeira vez que ambos os mandatários se engalfinham. Em setembro, durante sua estreia na Assembleia Geral da ONU, o presidente norte-americano ameaçou a Coreia do Norte com a “destruição total” se o regime asiático colocasse em perigo a segurança dos EUA, chamando Kim Jong-um de “homem-foguete”. “Com certeza, vou domar com fogo o americano desequilibrado e senil”, respondeu o tirano, num pronunciamento transmitido pela TV.
Essa troca de insultos se repetiu em novembro. Na reta final de sua viagem à Ásia, Trump chamou de “gordo e baixo” o Líder Supremo após ser retratado pela imprensa norte-coreana como um “velho lunático”. Agora, voltam à rota de colisão os dois homens que protagonizam o maior enfrentamento nuclear da década.
FONTE: El País
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Atenção:
Comentários ofensivos a mim ou qualquer outra pessoa não serão aceitos.