26 de jan. de 2018

Pacientes renais crônicos estão morrendo na fila de espera por falta de medicamentos no Acre


“A vida humana para esse governo do PT não vale absolutamente nada”, lamenta jovem acreano



Salomão Matos - O presidente da Associação dos Pacientes Renais Crônicos e Transplantados do Acre (APARTAC), Vanderli Ferreira, procurou a reportagem da ContilNet e denunciou que pacientes estão morrendo na fila de transplantes no Hospital das Clínicas em Rio Branco, porque faz 2 anos o Governo do Estado não compra os medicamentos necessários para os procedimentos de hemodiálise.

Vanderli Ferreira/Foto: Reprodução
Ferreira denunciou ainda que as cirurgias de transplantes de rins, por exemplo, também estão suspensas no Estado faz três meses, porque faltam medicamentos que evitem a rejeição do paciente que vai receber o órgão.

“Esta semana o Hospital das Clínicas recebeu dois rins de doadores. Mas os acreanos pacientes que estão aqui na fila de espera não tiveram condições de receber. Sem o remédio de nome Metilprednisoloma, os médicos não se submetem a fazer o transplante, porque o risco de rejeição do órgão é muito grande. Felizmente os rins não se perderam e foram levados de avião para o Banco Nacional de órgãos e outras pessoas em outro Estado devem receber a doação. Pelo menos isso”, diz Vandeli.

Em todo o Acre, segundo Vanderli, são 67 pacientes aguardando pelo transplante de rins e outros 500 que fazem tratamento de hemodiálise em Rio Branco e Cruzeiro do Sul, no Vale do Juruá.

TRÊS ÓBITOS NO MÊS PASSADO

Segundo relata Vanderli, outro medicamento, o Sacarato de Hidrogênio Feérico, que serve para diminuir os efeitos colaterais nos pacientes com baixa imunidade, administrado enquanto passam pelo procedimento de diálise durante as sessões, também está em falta e isso faz dois anos.


“Para esse governo do PT a vida não vale absolutamente nada”, disse o líder/Foto: Reprodução

O mais absurdo, relata Ferreira: “Três pacientes que faziam as sessões sem essa medicação foram a óbito no final do ano passado [dezembro de 2017]. Parece brincadeira, mas essa medicação, o Sacarato, custa para o Estado, que comprava em grandes quantidades, somente R$ 5 reais a ampola. Enquanto esse governo fica aí construindo um Lago do Amor, por R$ 2 milhões, vidas humanas estão se perdendo. Para esse governo do PT a vida não vale absolutamente nada, meu amigo!”, lamenta o presidente da associação.

OUTRO LADO

Desde de quinta-feira (25) a nossa reportagem tenta conseguir uma reposta do Estado para falar sobre o problema da falta de medicamentos no setor de nefrologia do Hospital das Clínicas de Rio Branco.

Em contato com o assessor de comunicação da secretaria de saúde (Sesacre), Leônidas Badaró, este disse desconhecer o problema e que o secretário da pasta, Gemil Junior, iria se pronunciar tão logo tomasse conhecimento do problema.

No entanto, embora Badaró tenha pedido a nossa reportagem a discriminação dos medicamentos que estão faltando, para agilizar na resposta da denúncia (o que foi atendido), até a manhã desta sexta-feira (26), o assessor da Sesacre não fez mais qualquer contato com a reportagem da ContilNet.

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