A boa relação entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos está reativando uma antiga parceria de cooperação científica e tecnológica entre as duas nações iniciada em 1984 e que há cinco anos não se reunia. Representantes de governo, academia e ciência estiveram reunidos na manhã desta sexta-feira (6) no Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, durante a 5ª Reunião da Comissão Mista Brasil-EUA de Cooperação Científica e Tecnológica (5ª Comista). A delegação brasileira foi chefiada pelo Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Marcos Pontes. Os norte-americanos foram chefiados pelo subsecretário de Comércio para Padrões e Tecnologia e diretor do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos EUA, Walter Copan. Mais de 30 instituições e agências brasileiras e americanas participaram do evento.
As reuniões trataram de temas como observação da Terra e educação em ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM, na sigla em inglês), manufatura avançada (Inteligência Artificial, indústria 4.0, robótica), pesquisa em física de partículas, monitoramento hidrológico; oceanografia; ciência aberta; monitoramento e redução de riscos de desastres naturais; e metrologia; Juntos os países pretendem fortalecer parcerias entre o setor privado e centros de pesquisa, desenvolvendo novos modelos de cooperação entre agências de fomento à pesquisa e apoiando projetos conjuntos de pesquisa.
Outra área da cooperação entre as duas nações é na pesquisa e desenvolvimento em saúde, com destaque para a cooperação no combate ao coronavírus (COVID-19). Durante sua fala, o ministro do MCTIC, Marcos Pontes, lembrou que no início desta semana conversou e trocou informações sobre o coronavírus com representantes do governo americano e de outros oito países. “Este é um dos exemplos de como a cooperação internacional pode realmente ajudar as pessoas. Temos muitos assuntos que podemos colaborar. Devemos definir as prioridades e começar”, declarou.
O ministro ressaltou ainda que a cooperação entre Brasil e os Estados Unidos já é bem estabelecida e agora, com a boa relação pessoal do presidente Jair Bolsonaro com Donald Trump, o Brasil deve aproveitar para alavancar projetos atuais e outros novos. “São muitas áreas de convergências e de interesse. Estamos abertos para ajudar e cooperar no que for preciso”, afirmou.
Durante a 5ª Comista, os dois países adotaram um Plano de Trabalho em Ciência e Tecnologia para o período de 2020 a 2023. Também foram firmados acordos de cooperação na área de cooperação científica em Física de Partículas de Alta Energia entre o Fermilab (Laboratório de pesquisa científica do Departamento de Energia dos EUA) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e outro acordo na mesma área entre o Fermilab e a Universidade de Campinas (Unicamp).
O coordenador adjunto para Programas Especiais da Fapesp, professor Luiz Nunes e Oliveira considera o acordo muito importante, pois, segundo ele, será uma oportunidade para pesquisadores brasileiros assumirem um papel de protagonismo numa colaboração com o governo americano. “O que vamos aprender com isso na parte tecnológica de construção e de refrigeração será fantástico. Temos empresas brasileiras que estão se capacitando para trabalhar neste projeto. Isso acaba revertendo em grandes lucros no futuro pois elas ficam qualificadas e depois encontram aplicações em outras áreas”, avaliou.
Fonte: MCTIC
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