Treinamento é fundamental para a manutenção da operacionalidade da Força Aérea Brasileira
FAB - A Força Aérea Brasileira (FAB) realiza, no período de 10 de agosto a 04 de setembro, a terceira edição do Exercício Operacional Tápio (EXOP Tápio). O EXOP é dividido em duas fases, a primeira, de 10 a 14 de agosto, no Campo de Provas Brigadeiro Velloso (CPBV) localizado em Cachimbo (PA) e a segunda, entre os dias 17 de agosto e 04 de setembro, na Ala 5 – Base Aérea de Campo Grande (MS).
Os treinamentos têm como objetivo adestrar as Unidades Aéreas e de Infantaria do Comando de Preparo (COMPREP) no cumprimento de Ações de Força Aérea em cenário de Guerra Irregular, Assimétrica, Regional e Limitada. A primeira edição do EXOP Tápio ocorreu no ano de 2018 e a segunda, em 2019.
Reforçando a capacidade de atuação da Força Aérea Brasileira, a realização do Exercício Operacional Tápio é fundamental para garantir a continuidade da capacitação operacional dos militares da Instituição e a pronta-resposta para emprego em diversas missões que são executadas pela Força. A manutenção da qualificação e capacitação operacional garantem que os militares estejam preparados para atuarem em missões como as de combate aos focos de incêndio no Pantanal, a Operação Verde Brasil 2 e a Operação COVID-19 (de apoio no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus), que estão em curso no momento, além da atuação em casos de resgate de enfermos em navios, transporte logístico, entre outras.
Um exemplo da importância da capacitação operacional é a participação no Exercício, para treinamento das tripulações, das aeronaves C-130 Hércules e H-60L Black Hawk, que estão sendo empregadas nas missões de combate a incêndios no Pantanal desde o dia 27 de julho. O C-130 pode despejar cerca de 12 mil litros de água nos focos de incêndio em cada decolagem e o H-60L vem realizando o transporte dos brigadistas para o local de atuação.
Os militares e aeronaves da FAB também vêm sendo constantemente empregados nas diversas ações de combate à pandemia do novo coronavírus na Operação COVID-19, do Ministério da Defesa (MD). Sob a coordenação do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), a FAB realiza o transporte de equipamentos e materiais de saúde, Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), medicamentos e profissionais de saúde para localidades em todo o Brasil. Os militares da Força Aérea também têm atuado diretamente no apoio à população com a realização de doação de sangue, higienização de ambientes públicos e distribuição de mantimentos.
De acordo com o Comandante de Preparo (COMPREP), Tenente-Brigadeiro do Ar Luiz Fernando de Aguiar, é importante reunir militares de diversos esquadrões para o Exercício Operacional Tápio, pois a eficácia dos treinamentos exige que as unidades operem em conjunto. “A atuação da FAB no território nacional ocorre mediante a alta capacitação doutrinária do efetivo e o EXOP Tápio permite a interoperabilidade entre unidades e aviações diferentes, como Caça, Transporte, Reconhecimento e Asas Rotativas. Por isso é fundamental todo o esforço que está sendo feito para que os meios de Força Aérea sejam treinados e preparados para os momentos em que a população brasileira necessita”, ressaltou.
Desenvolvimento do Exercício – O EXOP Tápio simula possibilidades reais de emprego, adestramentos doutrinários das tripulações e a adequação das limitações de segurança a um cenário condizente com a realidade. Equipagens de Voo e de Infantaria de todas as Regiões do Brasil participarão do Exercício, que visa, também, ao treinamento de Ações de Força Aérea considerando as seguintes possibilidades de atuação: Contribuição para a ordem e a paz mundiais e compromissos internacionais; Garantia da Soberania, integridade territorial e defesa patrimonial; e Ajuda humanitária com mitigação de efeitos de desastres.
A primeira fase ocorre no Campo de Provas Brigadeiro Velloso (CPBV), em Cachimbo, no Sul do Pará, de 10 a 14 de agosto, com a participação dos seguintes Esquadrões: Gordo (1°/1° GT), Arara (1°/9° GAV), Onça (1°/15° GAV), Harpia (7°/8° GAV) e Guará (6º ETA). No total, serão empregadas seis aeronaves: dois C-130, dois C-105, um H-60L e um U-100. As Unidades Aéreas participantes serão adestradas em Infiltração Aérea e Transporte Aéreo Logístico. Haverá, ainda, treinamento de formaturas táticas e lançamentos de cargas, treinamento de voos locais para pilotos-alunos e a realização de Alerta SAR (do inglês, Search And Rescue – Busca e Salvamento).
Já a segunda fase ocorre na Ala 5, em Campo Grande (MS), entre os dias 17 de agosto e 04 de setembro, e conta com a participação de 26 Esquadrões das Aviações de Caça, Asas Rotativas, Transporte, Reconhecimento e Busca e Salvamento; do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (EAS); dos três Grupos de Defesa Antiaérea (GDAAE) e do Terceiro Batalhão de Aviação do Exército (3° BAvEx). Nessa fase, serão utilizadas cerca de 50 aeronaves, entre elas, o C-130 Hércules, o C-105 Amazonas, o C-95 Bandeirante, o E-99, os caças A-1 e A-29 Super Tucano, e os helicópteros H-36 Caracal, AH-2 Sabre e H-60L Black Hawk.
A Tápio, portanto, é realizada como instrumento para a fundamentação doutrinária, bem como para o aprimoramento da capacidade de pronta-resposta, onde a Força Aérea atua em constante diálogo e apoio a outras instituições públicas e diversos setores da sociedade civil.
De acordo com o Diretor do Exercício, Brigadeiro do Ar Luiz Cláudio Macedo Santos, o treinamento proporciona a aquisição de conhecimentos e técnicas específicas para realização de missões de responsabilidade da FAB. “A operação de aeronaves militares, dependendo da situação, tem características particulares e depende de um treinamento inerente. Por exemplo, o C-130 Hércules que está sendo utilizado no combate aos incêndios em Corumbá tem tripulantes que passaram por processo de formação. Se os militares não executam esse treinamento, a missão passa a ficar comprometida”, complementa.
Medidas de Prevenção à COVID-19: Foi criada uma Comissão de Vigilância em Saúde do Exercício Operacional Tápio 2020, a data do Exercício foi alterada para que os meios e procedimentos de prevenção fossem aprimorados e foi elaborado um Plano de Biossegurança, que possui os seguintes pontos-chave. São eles: Testagem; Monitoramento dos participantes; Orientações frequentes sobre as medidas sanitárias; Distanciamento social; Adaptações de estruturas para eventual recebimento de casos confirmados; Pronta-resposta para eventual controle de disseminação do vírus; e Evacuação Aeromédica de pacientes graves.
Caso algum militar participante do Exercício tenha suspeita de COVID-19, este será direcionado para o isolamento social em um local, na Ala 5 – Base Aérea de Campo Grande, designado pela Direção do Exercício, e acompanhado por equipe médica. Caso haja confirmação de militares com COVID-19, eles serão isolados e tratados pelo Sistema de Saúde da Aeronáutica, não sobrecarregando, assim, o Sistema de Saúde de Campo Grande.
As instalações da Ala 5 também foram adaptadas para receberem, eventualmente, casos que necessitem de estabilização por conta de diagnóstico avançado decorrente de COVID-19 e militares com agravamento poderão ser evacuados para outras localidades.
Fonte: CECOMSAER – Edição: Tenente Iris – Fotos: Arquivo / FAB
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