6 de mar. de 2025

PE - Data Magna - a força de um movimento que gerou heróis e mártires, durante quase uma década


Por Carlos Bezerra Cavalcanti - Há cerca de vinte anos, quando a Assembleia Legislativa se interessou, com mais afinco, em escolher uma Data Magna, para Pernambuco, representei o Iahgp nessa prazerosa tarefa.

Foi um contato bem gratificante, porque pude notar como a figura de Frei Caneca está sedimentada entre os pernambucanos de todos os segmentos.


A Revolução de 1817

Pelo seu peso histórico e pela quantidade de heróis que coadjuvaram o movimento, torna-se o maior expoente dos Anais Pernambucanos. No entanto, quando se tratava de indicar um símbolo, a escolha sempre recaía no Frei Joaquim do Amor Divino Caneca. Talvez o maior dos mártires pernambucanos. Mas não em 1817. A chamada Revolução dos Padres não teve aquele religioso como o grande mártir e herói do movimento. Foi sim o maior nome de outro movimento, a Confederação do Equador. Que este ano completa 201 anos. E, até agora, as autoridades continuam omissas, deitadas em berço esplêndido.

Grande acontecimento, que diga-se de passagem, ainda não foi devidamente dimensionado pelos historiadores. Nem a nível local. Muito menos a nível nacional.


O grande herói de 1817

Difícil destacar um entre tantos mártires. Não se comparam martírios. Mas pode-se avaliar a dimensão histórica da atuação de cada qual. Portanto, faço questão de registrar outra figura bastante expressiva de nossa História, ou seja, o Padre João Ribeiro Pessoa de Melo Montenegro. Sem desmerecer os demais, João Ribeiro se destacava, exponencialmente, dos demais. Iclusive porque foi esse Herói e Mártir o autor do belo pavilhão do movimento que, ainda hoje, ligeiramente mutilado, é a bandeira do Estado de Pernambuco.


Disputa resolvida

Entre 1817 e 1824, o martírio do Padre João Ribeiro e o do Frei Caneca, prevaleceu 1817. Pela proposta inédita e por tudo o que representou.

Ao destacar 1817, estamos prestando uma homenagem a todos os heróis da Revolução, em si. Muitos dos quais, não foram executados, mas sofreram nas infectas masmorras da Bahia, por longos quatro anos. Encontrando-se entre eles, Frei Caneca, que seria o principal elo entre as duas Revoluções. Iria liderar a Confederação do Equador, ocorrida há exatos 200 anos. Movimento no qual aquele religioso foi o grande protagonista, em todos os quadrantes. Nas masmorras, no púlpito, no jornal Thypis Pernambucano. Nas reuniões. Nas suas doutrinas, nas suas poesias, nas batalhas. No patíbulo. Finalmente, no paredão. Salve salve o nosso heroísmo, mil vivas à brava gente brasileira.


*Carlos Bezerra Cavalcanti é  membro efetivo e benemérito do Iahgp.

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