Por Wanglézio Braga - Durante um encontro internacional realizado na última segunda-feira (17) em Cobija, capital do Departamento de Pando, na Bolívia, representantes do povo Huni Kuin, do Acre, fizeram um apelo contundente à Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
Diante do chefe da entidade para povos indígenas, Yon Fernández de Larrinoa, os indígenas relataram as dificuldades enfrentadas na produção agrícola dentro das aldeias e reivindicaram o estabelecimento da FAO no Acre para auxiliar no desenvolvimento rural das comunidades.
Segundo os Huni Kuin, a realidade enfrentada nas aldeias é de abandono e precariedade, com a falta de maquinário, implementos agrícolas básicos e capacitação técnica.
O líder indígena Txua Domingos Huni Kuin destacou a importância do evento, que reuniu representantes de Brasil, Bolívia e Peru, e ressaltou que a presença da FAO poderia transformar a realidade dos povos indígenas acreanos.
“O governo do estado deixa muito a desejar, não leva atendimento, cursos técnicos, nem aperfeiçoamento às comunidades. Precisamos de autonomia, de produção agrícola sustentável e não apenas de cestas básicas”, afirmou Txua Domingos.
A situação se agrava ainda mais com as enchentes que atingem o estado, destruindo roçados e comprometendo a segurança alimentar das aldeias.
Durante o evento, exemplos de técnicas sustentáveis utilizadas em países como Equador, Peru, Bolívia e Costa Rica foram apresentados. Para os Huni Kuin, a experiência dos indígenas Xucuru, de Pernambuco, chamou a atenção. “Eles conseguem produzir alimentos mesmo em áreas degradadas e rochosas, enquanto aqui no Acre temos terras férteis, mas faltam recursos e apoio técnico”, destacou Txua Domingos.
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