A presidente da Comissão Europeia afirma que o aumento dos gastos com defesa é necessário “em uma era de rearmamento”. Uma cúpula europeia sobre defesa e Ucrânia está planejada para esta semana, em meio a tensas relações transatlânticas.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentou nesta terça-feira um plano para fortalecer a indústria de defesa da Europa e aumentar as capacidades militares.
“Estamos em uma era de rearmamento, e a Europa está pronta para aumentar massivamente seus gastos com defesa”, afirmou von der Leyen.
Ela disse que o plano, intitulado “ReArm Europe”, poderia mobilizar cerca de €800 bilhões (US$ 841,5 bilhões).
O anúncio vem depois de Washington ter suspendido toda a ajuda militar à Ucrânia, dias após o presidente dos EUA, Donald Trump, ter entrado em confronto com o ucraniano Volodymyr Zelensky no Salão Oval.
Von der Leyen havia sugerido o plano de rearmamento após sair de uma reunião fechada sobre a Ucrânia na Lancaster House, em Londres, no final de semana. Ela delineou o plano de cinco pontos em um momento crítico para o futuro da segurança europeia.
Um dos pontos é a proposta de suspender regras orçamentárias rigorosas para permitir que os Estados-membros aumentem “seus gastos com defesa sem desencadear o procedimento de déficit excessivo”, disse von der Leyen.
Ela fez referência a um mecanismo destinado a garantir a estabilidade das finanças públicas, pois obriga os governos a reduzir os níveis de déficit caso o limite de 3% do PIB seja ultrapassado.
“Então, se os Estados-membros aumentarem seus gastos com defesa em 1,5% do PIB em média, isso poderia criar um espaço fiscal de quase €650 bilhões ao longo de quatro anos”, afirmou von der Leyen aos repórteres.
Como parte do plano, a comissão também fornecerá €150 bilhões em empréstimos aos governos da UE para defesa.
Von der Leyen também destacou a necessidade de melhorar os equipamentos militares, o que inclui defesa aérea e antimísseis, sistemas de artilharia, mísseis e munições, drones e sistemas anti-drones, e preparação cibernética.
A aproximação direta do Trump ao presidente russo Vladimir Putin para encerrar a guerra na Ucrânia tem desestabilizado as relações transatlânticas.
A reunião de emergência dos líderes da UE, realizada em 6 de março, após a cúpula de Londres no final de semana, ocorre enquanto a Europa lida com as prioridades mutáveis dos EUA — incluindo a possibilidade de Washington retirar seu apoio a Kiev e a seus aliados europeus.
A saída da ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, chamou o plano de von der Leyen de “um importante primeiro passo”.
“Agora, duas coisas são essenciais para a paz através da força: auxílio adicional — militar e financeiro — para a Ucrânia, que está defendendo nossa liberdade. E um salto quântico para fortalecer nossa defesa na UE”, escreveu Baerbock em uma postagem na rede X.
“Estamos vivendo os tempos mais importantes e perigosos”, disse von der Leyen aos repórteres em Bruxelas.
“Continuaremos trabalhando de perto com nossos parceiros na OTAN. Este é um momento para a Europa e estamos prontos para avançar”, concluiu.
FONTE: Deutsche Welle
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