3 de jan. de 2009
Historia (falsa) da música flor de lis
Circula na Internet que Djavan teve uma mulher chamada Maria, os dois teriam uma filha que se chamaria Margarida, mas sua mulher teve um problema na hora do parto e ele teria que optar por sua mulher ou por sua filha. Ele pediu ao médico que fizesse tudo que pudesse para salvar as duas, mas o destino foi duro e a mulher e a filha faleceram no parto.
Agora é possível "sentir" a letra da música. Conhecendo esta breve história passamos a ouvir a música sob novo contexto, entendendo como a dor pode ser transformada em poema e arte.
"Flor de Lis"
Valei-me, Deus! É o fim do nosso amor
Perdoa, por favor, eu sei que o erro aconteceu.
Mas não sei o que fez, tudo mudar de vez.
Onde foi que eu errei?
Eu só sei que amei, que amei, que amei, que amei.
Será talvez que a minha ilusão, foi dar meu coração,
com toda força, pra essa moça me fazer feliz,
e o destino não quis, me ver como raiz de uma flor de lis.
E foi assim que eu vi nosso amor na poeira, poeira.
Morto na beleza fria de Maria.
E o meu jardim da vida ressecou, morreu.
Do pé que brotou Maria, nem Margarida nasceu.
E o meu jardim da vida ressecou, morreu.
Do pé que brotou Maria, nem Margarida nasceu.
Djavan Caetano Viana (Maceió, 27 de janeiro de 1949) é um cantor, compositor e violonista brasileiro. Djavan combina tradicionais ritmos sul-americanos com música popular da América, Europa e África.
A verdadeira história da música
Um dos melhores compositores brasileiros revelados na década de 1970, o alagoano Djvan tem em “Flor de Lis” a canção que o projetou. Enquanto sua letra sobre um romance desfeito não se prende a nenhuma mensagem específica, a idéia da música, segundo Djvan, “foi construir uma melodia linear com a harmonia dançando, para lhe dar mais sabor”. Essa linearidade pode ser exemplificada pela freqüência da nota mi, repetida 24 vezes nos oito primeiros compassos “Valei-me Deus / é o fim do nosso amor / perdoa por favor / eu sei que o erro aconteceu / mas não sei o que fez...”), contendo ainda o mesmo trecho uma progressão harmônica com sete acordes diferentes, quase todos sobre esta mesma nota. A melodia prossegue nessa linha, realçando o jogo harmônico, cuja originalidade estabeleceu a certeza de que um novo talento surgia na MPB. Destaque no elepê de estréia do autor – A voz, o violão e música de Djavan – “Flor de Lis” não mostra ainda alguns dos elementos que marcariam o estilo de seu trabalho posterior.
Do livro “A Canção no Tempo – 85 anos de músicas brasileiras – Vol. 2: 1958-1985”
De Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello
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