Como funciona o bafômetro?
Daniel Schneider - Revista Superinteressante - agosto de 2008
Há mais de um tipo de bafômetro, mas todos são baseados em reações químicas envolvendo o álcool etílico presente na baforada e um reagente – por isso, o nome técnico desses aparelhos é etilômetro. Os dois mais comuns utilizam dicromato de potássio (que muda de cor na presença do álcool) e célula de combustível (que gera uma corrente elétrica). Este último é o mais usado entre os policiais no Brasil. E põe usado nisso.
Com a nova legislação, o motorista que for flagrado com nível alcoólico acima do permitido (0,1 mg/l de sangue- que equivale a um copo de 200 ml de cerveja) terá que pagar uma multa de R$ 955, além de ter o carro apreendido e perder a habilitação. Se estiver muito bêbado (níveis acima de 0,3 mg/l), ainda corre o risco de ficar em cana por 6 meses a 1 ano – a menos que tenha guardado uma boa grana para a fiança, que pode chegar a R$ 1 200.
E pode se preparar porque, se a lei pegar, qualquer cervejinha vai ser motivo para dor de cabeça. Esse aparelhinho portátil é mesmo capaz de medir toda e qualquer concentração de álcool no sangue do motorista. E é mais fácil convencer seu amigo a ficar na Coca-Cola que enganar a tecnologia. Se ainda tiver alguma dúvida, veja abaixo pos nossos testes.
Digo o que tu bebes
Do sopro ao resultado: tudo sobre o bafômetro
Sopre aqui…
É necessário 1 litro e meio de ar para fazer a medição, um sopro de cerca de 5 segundos. Bem fácil, a menos que você seja um fumante inveterado.
Você dá um gole e, em poucos segundos, o álcool começa a ser absorvido pelo estômago, cai na corrente sanguínea e passa em forma de vapor para os pulmões. O processo inverso é bem mais longo. Veja quanto tempo, em média, uma dose leva para desaparecer do seu corpo:
quadro-bafometro
• A Polícia Rodoviária Federal possui 500 bafômetros, para 61 mil km de rodovias. Seria 1 bafômetro para cada 122 km.
• Na cidade de São Paulo, há 60 aparelhos sendo usados em blitzes.
• A nova lei coloca o Brasil entre os 14 países mais rigidos do mundo, de 82 pesquisados.*
…E seja o que deus quiser!
• 0,1 mg de álcool por litro de baforada corresponde a 2 dg da substância por litro de sangue. Para atingir essa concentração, basta uma tulipa de chope ou uma taça de vinho.
• A margem de erro do aparelho é de 0,007 mg/l (para quantidades menores de 0,4 mg/l), ou seja, cerca de 1%, segundo o Inmetro.
* Fonte International Center for Alcohol Policies.
Muita química nessa hora
O passo-a-passo do funcionamento do bafômetro
1. Com a ajuda de um catalisador, o álcool expirado reage com o oxigênio presente no aparelho.
2. A reação libera ácido acético, íons de hidrogênio e elétrons.
3. Os elétrons passam por um fio condutor, gerando corrente elétrica. Quanto mais álcool, maior a corrente: um chip faz as contas e dá a concentração de álcool no sangue.
4. Ao fim do processo, sobra só água na forma de vapor.
Dá pra enganar o bafômetro? Nós testamos!
Nosso repórter – que tem 1,95 m e 80 kg – tomou duas taças de vinho (cerca de 300 ml). No teste “limpo”, o bafômetro acusou 0,18 mg/l. Então ele tentou roubar. Veja os resultados:
Técnica 1: tomar azeite
Teoria: Disfarçar o hálito alcoólico.
Resultado: 0,18 mg/l.
Conclusão: Não funciona.
Técnica 2: mascar chicletes
Teoria: Disfarçar o hálito.
Resultado: 0,18 mg/l.
Conclusão: Pode enganar a namorada, mas não o bafômetro
Técnica 3: encher a boca de carvão ativado
Teoria: Como é muito poroso, o carvão absorveria as moléculas voláteis de álcool na boca, antes que ele chegasse ao aparelho.
Resultado: 0,16 mg/l.
Conclusão: Funciona pouco. Não o suficiente para evitar uma perda de carteira.
Técnica 4: hiperventilação
Teoria: Inspirar muito ar e depois expirar tudo, repetidas vezes, com força e velocidade, por 20 segundos, aumentaria a concentração de oxigênio nos pulmões, diminuindo a concentração de álcool na baforada.
Resultado: 0,12 mg/l.
Conclusão: Reduz em quase 25% a concentração momentânea do álcool nos pulmões. Mas não se engane: essa variação dura pouco e só salva quem bebeu um copinho de cerveja. Se for mais que isso, a multa e a apreensão vêm do mesmo jeito.
Fonte: Revista Superinteressante - www.superinteressante.com.br
Há mais de um tipo de bafômetro, mas todos são baseados em reações químicas envolvendo o álcool etílico presente na baforada e um reagente – por isso, o nome técnico desses aparelhos é etilômetro. Os dois mais comuns utilizam dicromato de potássio (que muda de cor na presença do álcool) e célula de combustível (que gera uma corrente elétrica). Este último é o mais usado entre os policiais no Brasil. E põe usado nisso.
Com a nova legislação, o motorista que for flagrado com nível alcoólico acima do permitido (0,1 mg/l de sangue- que equivale a um copo de 200 ml de cerveja) terá que pagar uma multa de R$ 955, além de ter o carro apreendido e perder a habilitação. Se estiver muito bêbado (níveis acima de 0,3 mg/l), ainda corre o risco de ficar em cana por 6 meses a 1 ano – a menos que tenha guardado uma boa grana para a fiança, que pode chegar a R$ 1 200.
E pode se preparar porque, se a lei pegar, qualquer cervejinha vai ser motivo para dor de cabeça. Esse aparelhinho portátil é mesmo capaz de medir toda e qualquer concentração de álcool no sangue do motorista. E é mais fácil convencer seu amigo a ficar na Coca-Cola que enganar a tecnologia. Se ainda tiver alguma dúvida, veja abaixo pos nossos testes.
Digo o que tu bebes
Do sopro ao resultado: tudo sobre o bafômetro
Sopre aqui…
É necessário 1 litro e meio de ar para fazer a medição, um sopro de cerca de 5 segundos. Bem fácil, a menos que você seja um fumante inveterado.
Você dá um gole e, em poucos segundos, o álcool começa a ser absorvido pelo estômago, cai na corrente sanguínea e passa em forma de vapor para os pulmões. O processo inverso é bem mais longo. Veja quanto tempo, em média, uma dose leva para desaparecer do seu corpo:
quadro-bafometro
• A Polícia Rodoviária Federal possui 500 bafômetros, para 61 mil km de rodovias. Seria 1 bafômetro para cada 122 km.
• Na cidade de São Paulo, há 60 aparelhos sendo usados em blitzes.
• A nova lei coloca o Brasil entre os 14 países mais rigidos do mundo, de 82 pesquisados.*
…E seja o que deus quiser!
• 0,1 mg de álcool por litro de baforada corresponde a 2 dg da substância por litro de sangue. Para atingir essa concentração, basta uma tulipa de chope ou uma taça de vinho.
• A margem de erro do aparelho é de 0,007 mg/l (para quantidades menores de 0,4 mg/l), ou seja, cerca de 1%, segundo o Inmetro.
* Fonte International Center for Alcohol Policies.
Muita química nessa hora
O passo-a-passo do funcionamento do bafômetro
1. Com a ajuda de um catalisador, o álcool expirado reage com o oxigênio presente no aparelho.
2. A reação libera ácido acético, íons de hidrogênio e elétrons.
3. Os elétrons passam por um fio condutor, gerando corrente elétrica. Quanto mais álcool, maior a corrente: um chip faz as contas e dá a concentração de álcool no sangue.
4. Ao fim do processo, sobra só água na forma de vapor.
Dá pra enganar o bafômetro? Nós testamos!
Nosso repórter – que tem 1,95 m e 80 kg – tomou duas taças de vinho (cerca de 300 ml). No teste “limpo”, o bafômetro acusou 0,18 mg/l. Então ele tentou roubar. Veja os resultados:
Técnica 1: tomar azeite
Teoria: Disfarçar o hálito alcoólico.
Resultado: 0,18 mg/l.
Conclusão: Não funciona.
Técnica 2: mascar chicletes
Teoria: Disfarçar o hálito.
Resultado: 0,18 mg/l.
Conclusão: Pode enganar a namorada, mas não o bafômetro
Técnica 3: encher a boca de carvão ativado
Teoria: Como é muito poroso, o carvão absorveria as moléculas voláteis de álcool na boca, antes que ele chegasse ao aparelho.
Resultado: 0,16 mg/l.
Conclusão: Funciona pouco. Não o suficiente para evitar uma perda de carteira.
Técnica 4: hiperventilação
Teoria: Inspirar muito ar e depois expirar tudo, repetidas vezes, com força e velocidade, por 20 segundos, aumentaria a concentração de oxigênio nos pulmões, diminuindo a concentração de álcool na baforada.
Resultado: 0,12 mg/l.
Conclusão: Reduz em quase 25% a concentração momentânea do álcool nos pulmões. Mas não se engane: essa variação dura pouco e só salva quem bebeu um copinho de cerveja. Se for mais que isso, a multa e a apreensão vêm do mesmo jeito.
Fonte: Revista Superinteressante - www.superinteressante.com.br
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