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A última edição da revista Veja, por exemplo, destacou o memorial apresentado pela defesa do ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu para tentar convencer os ministros do STF de que o mensalão não passou de um esquema de caixa dois de campanha. Já a Isto É ressaltou que, apesar dos discursos públicos de confiança na absolvição, os principais réus do processo revelam um estado de ânimo diferente em conversas particulares.
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Gilmar Mendes nega recebimento de caixa dois e diz que denúncia é farsa
“Há um desânimo generalizado entre eles, decorrente da sensação real de que o espaço para a impunidade está cada vez menor e que o julgamento terá, de fato, consequências”, diz a reportagem.
Já a revista Época citou que o mensalão poderia ter gerado o segundo impeachment do país, já que o presidente Lula teria sido avisado sobre a mesada. Na Carta Capital, o mato-grossense Gilmar Mendes, um dos 11 ministros do STF, é o destaque.
Segundo a reportagem, Mendes está envolvido com o valerioduto tucano, esquema montado pelo publicitário Marcos Valério de Souza para abastecer a campanha à reeleição de Eduardo Azeredo ao governo de Minas Gerais em 1998. Conforme a revista, o nome do ministro aparece em uma extensa lista de beneficiários do caixa 2 da campanha. Contudo, o empresário Marcos Valério já teria negado a autoria do documento que relaciona um suposto repasse de R$ 185 mil a Mendes.
Também no final de semana, os jornais destacaram o julgamento. O jornal O Globo ressaltou a quantia desviada: R$ 101,6 milhões, segundo as investigações. Por outro lado, a Folha de S. Paulo pontuou que o destino da maior parte dos recursos é desconhecido.
E o Estado de São Paulo entrevistou pesquisadores, os quais avaliam que o mensalão significou um rompimento com o tipo de corrupção que tradicionalmente marcou a política brasileira. “A ação individual dos corruptos, para fins pessoais, foi sobrepujada pelo uso político-partidário do dinheiro sujo”, consta da reportagem.
Já em nível internacional, a revista britânica The Economist destacou que o julgamento do mensalão é um sinal de avanços na luta contra a “impunidade dos poderosos”.
Mato Grosso
O deputado federal mato-grossense Pedro Henry (PP) é um dos 38 réus. Acusado de participação nas negociações que levaram ao repasse de pelo menos R$ 3 milhões do valerioduto para o PP, ele se defende dizendo que não tratou com o PT de assuntos financeiros.
Alvo de processo de cassação de mandato, foi absolvido em julgamento pelo plenário da Câmara. No STF, responde por crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
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