Ray Melo, da redação de ac24horas
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Os Moradores do bairro Santa Quitéria, próximo ao Horto Florestal, estão revoltados com a qualidade das obras do projeto Ruas do Povo. A drenagem das ruas entregues pelo governador Sebastião Viana (PT), na sexta-feira, 17, não suportou o volume de água da chuva de sábado, 18, e várias casas ficaram alagadas.
Algumas famílias que perderam todos os móveis e eletrodomésticos, ainda contabilizam os prejuízos, que crescem conforme avançam na limpeza dos imóveis atingidos. Os moradores afirmam que as obras não trouxeram o resultado esperado e ameaçam ingressar com ações na Justiça pedindo ressarcimento dos danos.
A revolta entre os populares aumentou porque, de acordo com eles, o responsável pela obra se comprometeu em comparecer no local, na manhã de domingo, 19, acompanhado do diretor do Depasa, para uma reunião, mas até o final da tarde, não teria dado resposta e teria desligado o telefone para não atender aos reclamantes.
Arito Rosas Júnior, 65, foi um dos moradores que perdeu todos os móveis e teve um veículo danificado pela inundação. O aposentado reclama do material utilizado nas obras. “Eles utilizaram tubos que não dariam vazão à água, além de não limparem as caixas de esgoto que estão cheias de barro. Inauguram na marra”, enfatiza.
Na residência de Arito Rosas moram cinco pessoas, três adultos e duas crianças. De acordo com ele, o desespero tomou conta de seus netos que pediram socorro durante a chuva. “Esta é a segunda vez que passamos por este tipo de apuro. A primeira foi no início das obras, mas desta vez a água atingiu mais de sessenta centímetros dentro de casa”, destaca.
O morador diz que o aterro da rua ficou 30 centímetros acima do nível de sua casa. Arito Rosas precisou da ajuda de seus filhos, para quebrar o muro para escoar a água de dentro de seu quintal. “perdi todos os móveis de minha casa. Documentos, fotos, eletrodomésticos e alimentos. Nada escapou”, reclama.
O prejuízo de Arito Rosas seria de R$ 35 mil. O filho do aposentado, Janyr de Souza Rosas, 26, disse que na inundação anterior, sua família teria procurado o Ministério Público Estadual (MPE), que de acordo com ele iria embargar a obra. “Não registramos a denúncia porque pensamos que no termino da obra, nossa casa não inundaria mais”, enfatiza.
Na Rua João Fragoso Monteiro, os moradores dizem que fecharão para passagem de veículos até que a empresa Oliveira Transportes apresente uma solução para o problema de alagamento. Em todas as ruas do bairro o cenário era o mesmo. Populares limpavam as casas e quintais que ficaram cheios de entulho e exalando um forte odor de esgoto.
“Gostaria de perguntar ao governador se este projeto é Ruas do Povo ou desgraça do povo. Levamos anos construindo o pouco que tínhamos e perdemos tudo com uma chuva. Fizeram um serviço às pressas para dizer que estão trabalhando, mas não passa de uma obra eleitoreira, que nos deixou no prejuízo”, diz a dona de casa, Rosa Maria, 52.
Segundo os moradores, a obra teve que receber reparos, antes mesmo de ser entregue. “A rua afundou com a passagem de carros de passeio. Nós tínhamos que deixar os veículos na casa de conhecidos, antes de entregarem as ruas. Isso aqui só serve para circulação de bicicletas. O serviço é de péssima qualidade”, diz o comerciante Francisco da Silva.
Na noite de domingo, o estudante de medicina, Janyr de Souza Rosas entrou em contato com a reportagem e informou que representantes da Oliveira Transportes, empresa responsável pela execução do Ruas do Povo, no Santa Quitéria, procuraram sua família e ofereceram auxílio.
Os moradores receberam oferta de pagamento de hotel, alimentação e ajuda de custo, para que o assunto não fosse denunciado. Quando a reportagem esteve no local, veículos circularam com pessoas observando a movimentação da equipe de ac24horas.
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