Alarmados com a delação da Odebrecht, os parlamentares que tentam deter o combate à corrupção fizeram a opção pelo suicídio
Augusto Nunes - A reação de boa parte do Congresso aos projetos contendo medidas de combate à corrupção conduz a uma constatação assombrosa: o medo de cadeia, acentuado pelo acordo de delação premiada entre o Ministério Público Federal e a Odebrecht, tornou-se bem mais forte que o historicamente agudo instinto de sobrevivência política dos parlamentares nativos.
Sobram evidências de que a imensa maioria dos brasileiros apoia incondicionalmente a ofensiva contra a corrupção intensificada pela Lava Jato. Mesmo assim, segue seu curso em Brasília a conspiração articulada por deputados e senadores para obstruir o avanço da operação aplaudida pelo enfim hegemônico país que presta.
Aparentemente confiantes no endosso ostensivo ou aval envergonhado de figurões do governo Temer, talvez entusiasmados com a acintosa absolvição sem julgamento do ministro Geddel Vieira Lima decretada pelo presidente da República, os integrantes da bancada dos kamikazes teimam em marchar na contramão da vontade popular.
Sucessivas pesquisas de opinião vêm sublinhando os recados dados aos berros pelas eleições deste outubro. A política do compadrio e da pouca vergonha morreu de velhice. Cansados de pagar a conta da ladroagem e bancar a gastança decorrente da incompetência, milhões de lesados vão descobrindo que caráter é critério.
Surdos à mensagem, os conspiradores do Congresso fizeram a opção pelo suicídio. Como constata o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, estão todos condenados à morte política. Os que escaparem até lá do cadafalso da Lava Jato serão sepultados pelas urnas em 2018.
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