Ação, realizada na Penitenciária Agrícola Monte Cristo, foi a primeira feita pelas Forças Armadas em prisões após determinação do presidente Michel Temer
Militares das Forças Armadas fazem varredura na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Roraima
Militares fazem varredura em cela da Penitenciária Agrícola Monte Cristo, em Boa Vista (RR) (Exército/Divulgação)
Com Estadão Conteúdo - Uma operação de varredura feita pelas Forças Armadas na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista (Roraima), encontrou 61 geladeiras, 31 aparelhos de televisão, 12 aparelhos de DVD, 23 fogões de pequeno porte, além de outros eletrodomésticos como microondas, nove liquidificadores e seis torradeiras. A ação foi a primeira desde a determinação do presidente Michel Temer para que os militares auxiliassem os estados no combate à crise no sistema prisional.
A prisão em Roraima foi palco do segundo massacre do ano, no dia 6 de janeiro, quando 33 detentos foram assassinados, supostamente a mando da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). A varredura, realizada na sexta-feira, apreendeu ainda 1,2 quilo de maconha e cocaína, 56 celulares, 136 armas brancas e materiais como uma garrafa pet contendo pólvora negra, dois sacos com sementes de maconha, três botijões de gás e duas máquinas de tatuagem. Os militares recolheram também R$ 607, oito cartões de crédito e uma carteira vencida de porte de arma.
Relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) do ano passado apontava, entre outros problemas, a existência de “barracos individuais e coletivos (favela dentro da penitenciária)”, no espaço destinado ao regime semiaberto. A operação foi denominada de Monte Cristo II e teve apoio da Polícia Militar e de agentes penitenciários. Segundo o ministro da Defesa, Raul Jungmann, os militares só entraram no complexo de Boa Vista após o isolamento dos presos num pátio.
A pasta informou que outros estados já formalizaram junto à Presidência da República pedido para o emprego das Forças Armadas nos presídios. Os procedimentos ocorrerão “nos próximos dias”, disse Jungmann, ressaltando que a operação só ocorrerá em locais em que não haja risco de confrontos com os detentos. Operações estão sendo planejadas em presídios do Amazonas, Rio Grande do Norte e Mato Grosso do Sul.
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