A limitação estratégica do Brasil imposta por sucessivos e contínuos fracassos em cumprir os orçamentos e programas na área de defesa
Brigadeiro Rossato recebe o C-767, em 10 julho 2016. Cabe aos militares procurar soluções enquanto os oligarcas, sem noção, chafurdam nas verbas como a do Fundão
Editorial DefesaNet
O FIASCO de WUHAN
Quando o presidente Jair Bolsonaro em suas coletivas, no portão do Palácio Alvorada, colocou questões para o repatriamento de brasileiros aventando o problema custo e o teto de gastos a linguagem teve o tom exotérico. Para o público e um prato cheio para a Midia.
- Repatriação dos brasileiros que se encontram em Wuhan/Hubei, China. @DefesaGovBr @minsaude @portalfab pic.twitter.com/k1xPEJea75— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) February 2, 2020
Na prática e em um português direto:
1 - A Força Aérea Brasileira não tem meios de buscar os brasileiros em Wuhan (China),
2 - As companhias aéreas que operam no Brasil (GOL, LATAM, AZUL), não podem realizar esta operação, não são empresas de bandeira (capital majoritário é controlado por estrangeiros) e o governo não tem capacidade de mobilizá-las.
3 – Os outros países ou usam empresas de bandeira, ou prestadores de serviço para Defesa (como foi o caso americano) ou aeronaves de suas Forças Armadas (ver tuite da Luftwaffe abaixo).
Não queremos alongar, mas o vídeo com compatriotas pedindo socorro é eloquente (vídeo na íntegra abaixo)
Mas quem nesta hora explica, por qual razão o país não tem aeronave estratégica de transporte?
Vamos a alguns fatos rápidos:
- 14MAR2013 - A FAB anuncia a vencedora do projeto KC-X2 (Aeronave de reabastecimento e transporte Pax/Cargo Estratégico). Anuncia a israelense IAI como vencedora para 2 transformar 2 aeronaves B767-300ER PAX em CARGO/PAX/REVO. Com extenso programa de offset que manteria aberta a indústria de MRO no Brasil.
- 26MAIO2013 - Aeronave KC-137 partindo de Porto Principe (Haiti), com 143 passageiros, maioria Fuzileiros Navais, teve a perda de um motor (explosão). Por extrema sorte não houve fatalidades.
- Programa KC-X2 não se concretiza por falta de recursos orçamentários.
- 2016 Pressionada pela demanda da olimpíada e FAB abre um processo de Leasing para duas aeronaves B-767 Vencedora a Colt.
- DefesaNet reconheceu a importante demanda, mas contestou a forma do contrato ser via leasing. (ver Editorial - Na Pressão- Um Passo Prejudicial Link - Leitura Recomendada) O que levou a um posicionamento da FAB (FAB: Posicionamento - Leasing BOEING 767 Link).
- 10JUL2016 O próprio Comandante da Força Aérea, Brigadeiro Rossato, lê a Ordem do Dia na recepção do C-767, na Base Aérea do Galeão.
- A empresa Colt posteriormente retira a aeronave e não renova alegando perdas contratuais.
Resultado o BRASIL é um gigante com os pés firmemente amarrados ao solo.
Os Zeros, em seus devaneios juvenis, e o próprio ministro Tarcisio Gomes de Freitas, não atentam que o Brasil está sem meios de projeção estratégica.
Quem? Quem? Assumirá a palavra e dirá aos nossos coirmãos que o seu país não tem meios de retirá-los de Wuhan.
#coronavirus Während wir auf die Menschen in Germersheim warten, haben wir für euch alle aktuellen Meldungen unter folgenden Link zusammengefasst: https://t.co/8OCDqR8KN4 #Team_Luftwaffe @bundeswehrinfo @bw_einsatz @AuswaertigesAmt— Team_Luftwaffe (@Team_Luftwaffe) February 1, 2020
Por uma mera fração de uma ano do FUNDÃO, teríamos agora, não zero, mas três aeronaves de longo alcance estratégicas com capacidade de repatriar os brasileiros de Wuhan ou de qualquer outra situação crítica. E também de levar os nossos soldados para a sua próxima missão na África.
Outra questão importante que deve ser pensada e a empresa de bandeira? Com a falência forçada da VARIG, que mostrou presença do Brasil, na independência das colônias portuguesas. Algumas aeronaves foram atingidas pelos combates próximos aos aeroportos.
O Fiasco de Wuhan é elucidativo e mostra o desleixo com que é vista a questão Estratégica Brasileira pelos oligarcas políticos.
KC-137 acidentado em Porto Príncipe, 2013
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