26 de mai. de 2020

China pressiona Congresso brasileiro sobre Taiwan


Marcelo Barros - Taiwan só é uma nação independente e próspera hoje graças aos Estados Unidos. Não fosse o apoio explícito dos americanos, a ilha formosa já teria sido anexada pela ditadura comunista chinesa, que não esconde sua intenção.

A ilha realizou eleições, e tem uma nova presidente. Mas a embaixada chinesa no Brasil enviou carta ao Congresso pressionando nossos parlamentares a não considerarem legítimo o resultado. O teor da missiva é assustador pela ousadia:



A postura agressiva de intimidação do regime chinês tem sido denunciado em várias partes do mundo. A Austrália já teve problemas sérios, e por conta da pandemia, o Reino Unido, o Japão e, claro, os Estados Unidos já subiram o tom contra os abusos chineses.

Trump chegou a enviar uma carta duríssima ao diretor-geral da OMS, apontando cada erro grosseiro da entidade, e concluindo que só faz sentido retomar o financiamento se ela for capaz de se mostrar independente da China.

Até aqui, a OMS tem sido um puxadinho chinês, e o diretor canadense chegou a desligar no meio de uma entrevista na Fox News quando perguntaram sobre Taiwan. Numa nova tentativa, ele considerou Taiwan parte da China continental, expondo seu viés.

Temos visto com assombro também os avanços totalitários em Hong Kong, colocando em xeque o antigo slogan “um país, dois sistemas”. Manifestantes têm arriscado a vida para protestar pela liberdade, mas gozam de pouco apoio externo.

O mundo se mostra cada vez mais refém do império chinês por conta da dependência comercial. No Brasil, são vários os jornalistas que se calam sobre qualquer abuso por “pragmatismo”, já que a China é nosso maior parceiro comercial. Deixem o “fantasma” para lá, alegam, enquanto a embaixada se mostra mais e mais ousada:

Tecla SAP: Vamos transformar o mundo todo em província chinesa, com base no coletivismo e levar ao globalismo controlado por entidades supranacionais que, por sua vez, são controladas pela ditadura chinesa. Não, obrigado!

O deputado Paulo Eduardo Martins tem sido dos poucos a reagir no Congresso. Ele denunciou a carta abjeta da embaixada e comentou: “Em carta, a embaixada da ditadura chinesa recomendou o silêncio dos parlamentares brasileiros em relação à posse da presidente de Taiwan. Uma afronta. Diz que não podemos nem felicitar a presidente. Portanto, mesmo com atraso, felicito a presidente Tsai Ing-wen pela posse”.

Ela agradeceu diretamente ao parlamentar e a todos os brasileiros que não se curvaram diante da intimidação chinesa:


Estamos diante da Guerra Fria 2.0, e em vez de ter o império soviético como inimigo principal das liberdades, temos a China. Será crucial ter clareza moral, como da primeira vez, e condenar o relativismo dos que se recusam a admitir que existe um lado certo nessa disputa. São os Estados Unidos que representam os valores básicos que consideramos inegociáveis, como democracia, liberdade e império da lei. Não podemos tolerar ameaças vindas de uma ditadura que ignora o essencial sobre direitos humanos.

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