27 de mai. de 2020

Entenda a “maré monarquista” no Brasil: muita adesão e zero dissidência



Ricardo Roveran - O Terça Livre convidou ontem (25/5), com o ex-companheiro de redação, Paulo Henrique Araujo, para explicar o fenômeno da “maré monarquista“. O movimento imperial está ganhando adeptos em todo território nacional de forma silenciosa e concisa, sem alarde já representa uma força política substancial no país e chama atenção pela característica da lealdade que desperta nos membros: zero dissidência.

Em toda manifestação do Oiapoque ao Chuí, a bandeira imperial pode ser facilmente encontrada nas mãos de algum grupo ligado aos ideais do movimento, que declaradamente não visa nenhuma mudança política instantânea, mas a solidez da penetração cultural e das bases sociais.

Um trabalho de formiga é executado nos bastidores do país de forma sutil, com filmes, livros e palestras de uma maneira que a comunidade cresce e se fortalece.

Uma palavra de Dom Bertrand em 2013 significava a fala de um remanescente da história. Em 2016, o significado ganhou tons de movimento sócio-cultural. Em 2018 ganhou vulto político com quadros políticos que, embora não tenham qualquer pretensão de modificar o regime do país, representam através do sufrágio um parcela da população que não pode ser ignorada mais. E hoje, em 2020, sete anos depois, uma declaração de Bertrand pode influenciar rumos da parte majoritária da direita conservadora que elegeu o presidente da República, Jair Bolsonaro.

Paulo nos explicou em linhas gerais ao que se deve esse crescimento que goza antes de tudo da vantagem estratégica espontânea: o desdém dos players políticos e demais movimentos que insistem em desprezá-los. Assim, diante de uma surdez dos eleitos da classe política, essa vertente ganha territórios e alça vôos mais altos.

Neste cenário caótico de crises que se misturam, sanitária, econômica, social e política, eles se comportam com investimentos focados mais na intelectualidade do que no desespero e na ocupação apressada de quadros politico-partidários. Enquanto outros movimentos nascidos na mesma época se desfazem como folhas ao vento e caminham rumo ao esquecimento, os monarquistas criam raízes profundas o suficiente para resistir aos fortes ventos da política nacional.

O Brasil voltará a ser monarquista? Quais as pretensões do movimento? Como chegaram ao ponto em que se encontram com a qualidade que apresentam?

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